Eduardo Ramos
O governador Eduardo Leite anunciou, na manhã desta sexta (17), uma série de ações que devem ser tomadas a curto, médio e longo prazo para enfrentar a estiagem que atinge o Rio Grande do Sul pelo terceiro ano consecutivo. Entre as medidas está previsto a criação de sistema de irrigação, implementação de cisternas comunitárias, assistência socioeconômica às famílias mais atingidas pela estiagem e a disponibilização de um sistema de monitoramento contínuo da situação, o chamado Painel Monitor da Estiagem.
Ao todo, 307 municípios já decretaram situação de emergência. Na Região Central, Santa Maria e outros 38 municípios enfrentam prejuízos que, até o final de janeiro, ultrapassavam R$ 3 bilhões.
Segundo Eduardo Leite, o programa Supera Estiagem, como foi apresentado durante o anúncio, tem o objetivo de propor iniciativas contínuas e permanentes para mitigar os efeitos das constantes estiagens que o Rio Grande do Sul tem enfrentado:
– Além das ações emergenciais, é necessário pensarmos em políticas públicas de longo prazo para que o Estado já esteja preparado para futuras estiagens. Vivemos uma recorrência de situações como essa e ano a ano discutimos medidas de emergência. Recursos para essas ações precisam estar no orçamento também do governo federal.
Ainda, Leite afirmou que o Piratini está em diálogo constante com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para pleitear recursos junto à União e que um ofício foi encaminhado ao ministério.
– Hoje, com as incertezas no orçamento, temos que promover conjunção de forças. É impossível o governo do Estado ter recursos para fazer sozinho essas ações. Políticas permanentes como a possibilidade de um crédito emergencial rural foram apresentadas ao governo federal – destaca.
Investimentos no programa Avançar
Em entrevista à CDN, nesta quinta, secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, disse que o Estado já está tomando medidas para minimizar os prejuízos em decorrência da estiagem. A principal ação mencionada foi o investimento de R$ 320 bilhões, previsto pelo programa Avançar, para projetos e ações que reduzam o impacto da estiagem no Rio Grande do Sul é R$ 320. Parte do valor já foi utilizado no ano passado e outra será em 2023.
Conforme Feltes, um dos pilares do programa é a perfuração de poços artesianos e repasses de recursos para os municípios.
– Vamos publicar um edital para que as localidades possam se habilitar para uma subvenção financeira. Assim, esses municípios consigam perfurar os próprios poços. E outra forma também, são os equipamentos da secretaria do Estado que tem percorrido regiões do Rio Grande do Sul perfurando poços. Nos últimos meses, mais de duas centenas foram perfurados, reduzindo efeitos da estiagem.
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