Saúde

Estado deixa paciente sem medicamentos em Santa Maria

Thays Ceretta

"Este mês, o medicamento não veio".
"O Estado só mandou metade dos comprimidos".
Essas frases são ouvidas com frequência por quem depende de medicamentos de uso contínuo fornecidos gratuitamente na farmácia da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde. 

 A aposentada Lilian Ilha Cavalheiro, 37 anos, que o diga. Há seis anos diagnosticada com epilepsia, ela precisa tomar três medicamentos diariamente, todos de uso contínuo: Oxcarbazepina (600mg), Clobazan (10mg), Lamotrigina (50mg). Lilian conta que, há pelo menos 10 meses, não consegue retirar o anticonvulsivo Oxcarbazepina de 600mg na farmácia da 4ª CRS, e, como não pode ficar sem, desdobra-se com o orçamento, que já é apertado.

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– Eu ganho um salário mínimo do INSS porque consegui me aposentar por invalidez. É uma falta de respeito não ter os remédios que a gente precisa, sendo que ganhei na Justiça há seis anos – conta.

O caso de Lilian está bem longe de ser o único. A 4ª CRS não apontou quantos pacientes são afetados e quais são, atualmente, os medicamentos que estão em falta. A responsável pela farmácia da 4ª CRS, Glenda Caraffa Mori, explica que a análise é feita caso a caso. Ou seja, quando o paciente vai até a farmácia é que se verifica a disponibilidade do medicamento.

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Glenda disse que o processo de Lilian foi aberto em 2011 e que a documentação está em dia. Em relação ao medicamento, ela confirma que a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul não repassa desde fevereiro.

– Temos, no cadastro, que a Lilian retirou 90 comprimidos do Oxcarbazepina 600mg, pela última vez, em janeiro. Agora, nosso estoque está zerado, e não nos enviaram mais – explica.

O QUE DIZ A SECRETARIA
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que "a empresa que venceu a licitação deverá receber o medicamento até o final da próxima semana. Após, fará a entrega para a SES/RS". Por telefone, a assessoria de comunicação da Secretaria disse que todos os medicamentos são licitados, e não soube informar quando foi feita a licitação e a expectativa de repassar aos pacientes.

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O lado esquerdo do cérebro de Lilian funciona com 30% da capacidade e, a cada convulsão, a situação piora. O tratamento é feito gratuitamente no Hospital da PUC, em Porto Alegre, a cada seis meses.

– Em 2007, tive uma convulsão forte e, a partir daí, fiquei com muitos problemas. Há 10 anos, tomo remédios contínuos e não posso ficar sem. Consegui, via judicial, que o Estado me repassasse os medicamentos. Mas, em alguns meses, não há disponibilidade ou vem em quantidade menor – lamenta.

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