— A gente precisa trabalhar muito a saúde mental, questões de ansiedade, desempenho e também da relação familiar para que aquele candidato consiga ter tranquilidade e concentração — diz o psicólogo Patrick Ramos, que também destaca a importância de uma boa noite de sono, alimentação nutritiva e momentos de lazer em meio a rotina de estudos.
Pressão familiar
Além de estudar, é preciso saber administrar a pressão e a tão cobrada aprovação por parte da família. Nesses casos, o especialista recomenda diálogo com os pais para que eles entendam e respeitem o aluno que está dando o seu melhor.
— Muitas vezes o aluno tem que dar além do que consegue para não descontentar a família e, consequentemente, quando não ocasiona esse êxito, tem possível quadro depressivo ou de ansiedade. A cobrança pode desencadear até mesmo esgotamento, físico e mental, porque ele não vai conseguir dar conta de tamanha pressão. Então, o diálogo familiar sobre essas questões é muito importante.
Para evitar que o estudante fique ainda mais nervoso, frases como “Você tem que passar”, “Já investi o ano todo”, ou “Estou vendo que você não está estudando, tem que estudar mais” devem ser evitadas. É importante respeitar o ritmo, dar apoio, dizer que estarão ali independentemente de qualquer resultado, orienta o psicólogo.
Por isso, o acompanhamento psicológico é ainda mais aconselhado durante este período que, para além do nervosismo, irá trabalhar questões de motivação, frustração, e desempenho. Os responsáveis precisam a aceitar que não é possível controlar o desempenho dos filhos e é preciso confiar na capacidade deles, oferecendo apoio emocional sem agravar a cobrança a que já estão submetidos.
Autocuidado: mente sã, corpo são
Tratar a saúde mental é indispensável, porém, o autocuidado não para por aí. A prática de exercício físico ajuda na concentração e no bem-estar, já que libera a endorfina, hormônio associado a melhoria do humor e inibe altos níveis de cortisol, hormônio associado ao estresse.
O especialista reforça também que uma alimentação regrada é essencial, já que uma dieta baseada em alimentos pouco nutritivos, deficientes em vitaminas, minerais e proteínas colabora para o baixo rendimento de aprendizado. Comer bem melhora a atividade cerebral e a capacidade cognitiva, estimulando a concentração, raciocínio e disposição. Além disso, é indispensável uma boa noite de sono e manter uma boa ingestão de água.
Na reta final, o conselho do psicólogo é não tentar “recuperar o tempo perdido”, que pode afetar negativamente o aluno. O recomendado é desacelerar o ritmo pelo menos dois dias antes da prova.
— Existem estudos que mostram que deixar para revisar um dia antes de uma prova pode ocasionar no aumento do nervosismo do aluno, ele acaba ficando cansado e acaba se confundido. Isso porque ele tentou dar conta de algo que não tinha necessidade. Então, é diminuir o ritmo, dar uma relaxada e ter um momento de lazer. Claro, tudo sem exageros — aconselha Patrick.
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