Após os três dias de visitas aos geossítios, museus, empreendimentos e patrimônios históricos e culturais de Caçapava do Sul, representantes do poder público do município, da UFSM e da Unipampa se reuniram com os avaliadores Antonino Matencio, da Espanha, e Mahito Watanabe, do Japão, para conversar sobre a missão de avaliação do Geoparque Caçapava.
Em caso de avaliação positiva, o projeto será certificado pela Unesco e fará parte da Rede Global de Geoparques. Hoje, são 177 geoparques em todo o mundo que, além de atraírem turistas pelas belezas naturais, também alavancam o desenvolvimento sustentável e melhoram a qualidade de vida dos moradores dos territórios.
Para o coordenador científico do Geoparque Caçapava, André Borba, a missão foi um sucesso e a comunidade caçapava segue esperançosa pelo reconhecimento internacional.
– Foi a coroação de 10 anos de trabalho resumidos em poucos dias. É inegável a riqueza geológica do município, mas só isso não seria o suficiente. Então, ano após ano, escolas, artesãos, empresários e produtores rurais começaram a se envolver. Sentimos que a comunidade de Caçapava abraçou a ideia, por isso temos um grande geoparque. Agora é esperar só mais um pouquinho – brinca.
De acordo com o pró-reitor de Extensão da UFSM, Flavi Lisboa, a Região Central tem grandes chances de ter geoparques certificados pela Unesco. Com o fim da missão, os avaliadores devem enviar um relatório para o Conselho Mundial de Geoparques para que seja feito uma apreciação entre os dias 7 e 9 de dezembro.
– Após essa reunião, a avaliação passa ainda por uma outra instância da organização internacional. E, se chancelado o resultado final, tanto da Quarta Colônia quanto de Caçapava, seremos o estado brasileiro com maior número de geoparques. Sentimos que estamos no caminho certo – explica Flavi.
O que dizem os avaliadores
O cientista ambiental Antonino Matencio já viveu sete missões de avaliação, duas delas foi como integrante do geoparque em avaliação. Segundo ele, a experiência foi inesquecível:
– Vivemos dias muito intensos pelo trabalho e pela emoção. Aprendemos muito e conhecemos pessoas apaixonadas pelo território em que vivem, é uma experiência que não vou esquecer.
O geólogo e paleontólogo Mahito Watanabe também se encantou pela comunidade caçapavana.
– A natureza é espetacular, aqui tem lindas paisagens. A mensagem mais importante que vamos levar é como as pessoas se envolvem com o meio em que vivem – ressalta.