Utilidade pública

Encontrar cartão para orelhão é tarefa difícil em Santa Maria

Pâmela Rubin Matge

Foto: Lucas Amorelli (Diário)

As ligações eram feitas, inicialmente, com fichas metálicas. Em meados de 1992, a empresa Telebrás instituiu o uso dos cartões telefônicos. Em julho de 1997, a Lei Geral das Telecomunicações (Lei n 9472) tirou as fichas de vez das ruas, tornando-se, a partir de então, apenas objeto para colecionadores. Segundo a Oi, os cartões são comercializados em tabacarias, bares e pontos específicos de venda, mas, encontrá-los está cada vez mais difícil em Santa Maria. Nos últimos dias, a reportagem do Diário procurou pelo produto no Centro e nos bairros, mas não encontrou em nenhum estabelecimento.

Quem ainda telefona de orelhão?

Fabiane Taschetto, 37 anos, tem dois pontos de venda de cartões (de celular e de orelhão). Até 2013, administrava o Teleponto, local com cabines telefônicas, guias e orelhão, onde funcionava uma central de distribuição de cartões, que chegavam em abundância e eram logo vendidos, ao contrário do que acontece hoje.

- Está difícil vir cartão de orelhão e o pessoal procura muito, geralmente, quando fica com o celular sem bateria. Tem daquelas: "é um segundinho para pedir carona para meu marido", "só preciso dizer onde estou". Um dia desses, teve até uma senhora que foi assaltada e teve o telefone roubado e queria comprar um cartão de orelhão - conta Fabiane.

A tradicional Lancheria Café e Doce, instalada no Calçadão, costuma vender cartões de orelhão. Os que mais saem são os de 20 unidades ao preço de R$ 7. Os donos, Ildo e Neli Bastianello, lamentam a falta do produto há cerca de um mês e dizem que há um atraso dos fornecedores. O casal também recorda que, logo que os cartões surgiram e o uso dos celulares era incomum, chegava a ter filas em frente aos telefones públicos. Atualmente, a procura diminuiu, mas ainda segue.

- Por incrível que pareça, o pessoal procura. Gente que vem do interior e idosos, principalmente. Mas até jovens. A cidade tem muito intercambista e tu tens que ver como procuram para ligar para suas famílias em outros países. Fora aqueles que ficam sem bateria. Daí chegam aqui e não temos cartão para vender. Quando é emergência, acabamos emprestando nosso próprio telefone. Por isso, sempre digo que orelhão é algo fundamental para população. Aqui a gente presencia isso todos os dias - conclui Neli.

Lei cria o Largo São Frei Pio na área central de Santa Maria

AFINAL, É POSSÍVEL LIGAR DE GRAÇA?
A reportagem do Diário fez testes e ligações locais, que estão sendo feitas sem a utilização de cartões. Contudo, a assessoria da Oi informou que o serviço ainda é permitido por liberalidade, isto é, por uma decisão da empresa, não por decisão judicial. Conforme uma medida imposta à operadora pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a gratuidade em chamadas locais e de longa distância nacional para telefones fixos para o Rio Grande do Sul, homologada em 2015, estava em vigor até novembro de 2017. A assessoria não informou até quando continuará a gratuidade. 

Desde 1º de outubro do ano passado, outros 15 Estados também passaram a ter ligações gratuitas a partir de orelhões da Oi. O Estado gaúcho não faz parte da lista. Em ambos os casos (medidas de 2015 e 2017), a penalização aconteceu porque uma avaliação feita pela Anatel concluiu que a Oi não mantinha funcionando o número mínimo de orelhões exigidos pela legislação brasileira.

Por meio de orelhões, é possível fazer ligações nacionais e internacionais, para telefonia fixa e móvel, além de chamadas a cobrar. O valor do minuto para cada ligação não foi informado pela concessionária.


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