setembro amarelo

É depressão, tristeza ou quadro depressivo?

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Divulgação

Mesmo que a população conheça cada vez mais sobre a depressão e suas consequências, ainda é muito comum a confusão ao se tentar identificar a doença. A campanha Setembro Amarelo, que teve início em 2014, é mais uma oportunidade de jogar luz ao tema. A iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), tem como objetivo prevenir e reduzir os índices de suicídio. E, um dos focos do movimento é justamente o debate a respeito da depressão, uma das principais causas que levam as pessoas a desistirem de viver.

A depressão foi tema do programa Faz Sentido, que foi ao ar na TV Diário e na CDN, no domingo passado. Apresentado pela jornalista Fabiana Sparremberger e pelo psicólogo Carlos Eduardo Seixas, o Cadu, o projeto aborda questões cada vez mais importantes no bem-estar e na qualidade de vida da população. "Se é importante para você, é assunto para nós", anuncia o programa Faz Sentido.

Mas, afinal, as pessoas sabem o que é depressão? E mais do que isso, busca-se o diagnóstico correto para um tratamento eficaz desta doença invisível, mas não menos grave do que aquelas confirmadas em exames de sangue?

SAÚDE PÚBLICA
Não tem como falar em Setembro Amarelo e depressão sem mencionar a questão do suicídio. No Estado que está em terceiro lugar no número de pessoas que tiraram a própria vida, e por que não em todo o país, o assunto ainda é tabu.

Conforme Fabiana, que é diretora de Jornalismo do Diário e acumula mais de 25 anos de profissão na área, por muito tempo, a decisão foi de não noticiar casos de suicídio. Com o passar dos anos, constatou-se, no mundo, que abordar as causas e informar a respeito de mitos, verdades e tratamentos relacionados à saúde mental era uma questão de saúde pública:

- Tudo depende de como abordar o suicídio. Ignorar o tema e, inclusive não noticiar, precisa deixar de ser tabu entre profissionais de imprensa, sociedade e profissionais de saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil soma 13 mil casos de suicídio por ano. Já dados do Centro de Valorização da Vida (CVV) apontam que ocorre um suicídio a cada 40 segundos no país.

- Não há pesquisa que comprove que falar em suicídio leva as pessoas a se matarem. Portanto, ter um mês que marque este tema é relevante, sim. Porque, dessa forma, essa pauta estará agendada e garantida. Nossa obrigação é informar para ajudar - insiste Fabiana.

E embora a depressão não seja a única causa que leve ao autoextermínio, ela é a principal. No quadro Deixa Fluir, a jornalista Natália Müller perguntou ao público se ele conhece, já teve depressão ou quadros depressivos e que impacto a doença deixou nesta experiência.

Crônica: Da vida

94% SABEM O QUE É
Embora tivessem dificuldade em definir a doença, 94% dos entrevistados afirmaram saber o que é a depressão. Dor, abatimento profundo, contínuo e silencioso, automutilação foram as principais respostas.

De acordo com o psicólogo, há diferença entre estado deprimido, tristeza e depressão.

- Posso estar triste com alguma situação, mas, ao falar em outro assunto ou vivenciar algo bom, posso melhorar meu estado de humor. A tristeza é temporária e está relacionada a um estímulo específico. Já o estado deprimido é uma tristeza contínua que dura alguns dias, talvez um pouco mais de uma semana, mas não é intensa a ponto de ser depressão - explica Cadu.

Conforme o psicólogo, a pessoa em estado deprimido consegue responder a estímulos positivos, mas, quem se encontra em depressão, não consegue se animar, não consegue dar uma resposta de alegria, independentemente do que ocorre de melhor a sua volta.

OS SINAIS
Fabiana lembra que muitos sinais de depressão são tratados como descaso ou preconceito. E, para piorar a situação, é comum que a pessoa doente tenha receios em relação ao tratamento, principalmente quando se é necessário tomar medicação.

- Por isso, é tão importante trazermos esse assunto no Faz Sentido. Se existe tratamento e se podemos ajudar, nossa obrigação é divulgar. O medicamento não pode ser o problema da pessoa, o problema é a depressão - pondera.

Para Cadu, o medo do tratamento está relacionado a crenças e ao que a pessoa aprendeu ao longo da vida:

- É preciso conhecer os motivos pelos quais a pessoa não quer tomar remédio.

O psicólogo exemplifica que ficar desempregado não leva necessariamente à depressão, mas se, para determinada pessoa ficar sem emprego significa que ela se torna um nada, ela pode desenvolver a enfermidade.

Mais de 700 pessoas responderam à enquete acerca do conceito de depressão. No entanto, é fundamental que se busque um diagnóstico com profissional de saúde para saber se realmente tem a doença e, então, buscar tratamento. Segundo Cadu, são investigados tempo, sintomas, grau de sofrimento e disfuncionalidades:

- São necessários 14 dias de sintomas, no mínimo, para se diagnosticar uma depressão. Não fique lendo manuais. Avaliamos subjetividade, comportamento, sentimentos, entre outros fatores. Que tipos de sinais ela apresenta? Que mudanças ocorreram e por quê? Tudo isso requer investigação apurada. Atente para a perda de interesse em tudo o que se fazia.

PROGRAMA FAZ SENTIDO
Neste domingo, suicídio é o tema enquete revela impactos na rotina

No quadro Deixa Fluir, o público respondeu, por meio das redes sociais do Diário, como a depressão impacta a vida e a rotina das pessoas. Entre as afirmações mais recorrentes estão quadros de isolamento social, não ter vontade de sair de casa e estar entre mais pessoas, tristeza, apatia, preguiça, crise de pânico, inapetência, aumento de peso e baixa autoestima. Mais de 700 internautas responderam

  • Quando - Domingo (dia 26, em alusão ao Setembro Amarelo, o tema é o suicídio e formas de prevenção)
  • Horário - Das 11h ao meio-dia
  • Como acompanhar - Pela CDN, 93,5 FM, e pela TV Diário, nos canais 26 e 526 da NET, no YouTube da TV Diário e site do Diário. Apresentado por Fabiana Sparremberger e Carlos Eduardo Seixas

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