Santa Maria

Direção da Casa de Saúde teme que médicos parem de atender 

Thays Ceretta

Desde maio, os 50 médicos que prestam serviço terceirizado para a Casa de Saúde estão sem receber salários. Diretora da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), entidade que administra o Hospital Casa de Saúde, irmã Ubaldina Souza e Silva firma que o medo é de que todos os médicos parem, e o hospital tenha que fechar as portas.

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– Não sei se todos os médicos vão parar no dia 20 (quarta-feira), mas a possibilidade é muito grande. A situação não mudou, nós continuamos com a mesma preocupação, porém, não paramos nenhum serviço. Nós temos feito um esforço enorme para manter o hospital com as portas abertas. Significa que estamos mantendo o hospital funcionando, isso nós conseguimos até agora – salienta a diretora da Sefas.

FALTA DE REPASSES DO GOVERNO
A dívida com os médicos chega a R$ 1,6 milhão. Conforme a administração, esta é a maior crise que a instituição vive, e o grande problema é que o Estado atrasa os repasses há bastante tempo. Em uma entrevista coletiva, em 6 de setembro, a direção divulgou que o valor da dívida do governo federal com a Casa de Saúde girava em torno do R$ 2,2 milhões, mas, nesse mesmo dia, foram pagos R$ 377,5 mil. De acordo com o administrador do hospital, Rogério Carvalho, agora, falta um repasse de cerca de R$ 1,8 milhão.

– A gente segue com os valores atrasados. Com o que nós recebemos, é claro que diminui um pouco, mas é uma dívida que vem recorrente. Nós recebemos num mês, meio contrato, no outro, o contrato inteiro, depois, meio contrato. Tem meses que nem recebemos. Então, é por isso que estamos nessa grave crise hoje – ressalta o administrador.

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O QUE DIZ O ESTADO
O contrato da Casa de Saúde com o governo do Estado é dividido em duas partes: produção do hospital de acordo com a tabela SUS e incentivos com a execução de programas, ou seja, o hospital recebe verba do Estado e do governo federal. Segundo o delegado da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Roberto Shorn, o contrato é feito de acordo com os serviços que a Casa de Saúde pode oferecer.

– Tudo o que está no contrato é porque a Casa de Saúde disse que é capaz de fazer. Se não atinge as metas, não recebe. Sobre os atrasos, o Estado pode pagar entre 30 e 60 dias após o mês de produção – explica Shorn.

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Sobre o contrato entre o Estado e a Casa de Saúde, o administrador do hospital reconhece que os dados são divergentes e que não está sendo cobrado o que não é produzido.

– Nós estamos reclamando dos incentivos dos programas que nós estamos cumprindo, o que é justo e que faz frente aos custeios dos profissionais, algo que o Estado nos paga sempre atrasado. Este contrato vence em dezembro, e nós pretendemos fazer uma nova proposta ao governo. Esperamos que, neste ano, a gente chegue a um denominador comum – diz Carvalho.

EM NÚMEROS

O que a Casa de Saúde alega
O hospital afirma que a dívida com os 50 médicos é referente aos meses de maio, junho, julho e agosto, totalizando R$ 1,6 milhão. E que o Estado ainda está devendo R$ 1.768.696,95. Confira o número de procedimentos que a Casa de Saúde faz mensalmente:
– Consultas – 4 mil
– Internações – 400 a 500
– Cirurgias – 200 a 250

O que o contrato prevê
O Estado reconhece que falta repassar cerca de R$ 1,6 milhão à Casa de Saúde, referentes ao valor do contrato do mês de agosto (aproximadamente R$ 1,1 milhão) e aos incentivos estaduais do mês de julho. Segundo o Estado, o contrato prevê os seguintes procedimentos por mês:
– Consultas – 4.340
– Internações – 603
– Cirurgias – 398


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