Depois de consecutivos dias de chuva, aumentam os buracos nas ruas de Santa Maria

Foto: Renan Mattos (Diário)
Na sexta, este cone sinalizava um buraco no cruzamento das ruas Joana DArc e General Neto

As más condições das ruas da cidade aparecem entre as principais reclamações dos leitores ao Diário. Em abril, a situação das vias urbanas foi tema uma reportagem, que mostrou o aumento do número de clientes nas borracharias devido aos danos causados aos pneus e na suspensão dos veículos. Nos dias de chuvas contínuas, motoristas relatam que a situação das vias públicas piora consideravelmente, como ocorreu entre quinta e sexta-feira. Nos dois dias, choveu 90 milímetros (mm) na cidade, mais da metade da média histórica de junho, de 144 mm.

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O taxista Irío Schütz, 73 anos, que atua na atividade há 24, diz que os buracos aumentam porque a água da chuva "lava e leva junto" o asfalto da rua. Ele cita que todos os bairros da cidade sofrem com a falta de manutenção das ruas e aponta os bairros Nonoai e o Nossa Senhora Medianeira como casos críticos. 

Na tarde de sexta, uma cena inusitada foi flagrada na Rua 24 de Fevereiro, no Bairro Nonoai. O pedreiro Claiton Ismael Linhares Ferreira, 52 anos, tapava um buraco na via com cimento. Ele disse que o encarregado da obra em que trabalha naquela rua pediu que ele desse "um jeito na cratera". Quando questionado se resolveria colocar cimento no local com a umidade dos últimos dias, o pedreiro foi objetivo.

- Resolve, sim. Este é um cimento de rápida secagem e vou ficar aqui cuidando um pouco, para os motoristas não passarem por cima. Mas vai resolver por um tempo - contou.

Foto: Renan Mattos (Diário)
Ferreira tapou o buraco na Rua 24 de Fevereiro, no Nonoai

Já no cruzamento das ruas Joana D'Arc com General Neto, próximo à Rodoviária de Santa Maria, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, um buraco foi sinalizado com um cone de trânsito, um pedaço de madeira e fita amarela e preta, para chamar a atenção dos condutores.

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O motorista Paulo da Silva, 48 anos, que passava no momento em que o Diário estava no local, reclamou que as ruas de toda a cidade estão bastante esburacadas e que fica difícil trafegar. Ele salientou, ainda, que nem todos os buracos estão sinalizados, como aquele na Rua General Neto, e que é complicado de ver o desnível no asfalto em dias de chuva, o que estraga os carros. 

RECUPERAÇÃO
A prefeitura informa que trabalha com um cronograma de recuperação da trafegabilidade, que consiste na manutenção e melhorias das ruas, avenidas e estradas municipais. Segundo o Executivo, nos dias úmidos e de tempo chuvoso, não é recomendável que se realize intervenções do tipo, pois é necessário que o dia esteja seco para o material fixar corretamente ao solo e evitar desperdício. 

Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Paulo Roberto de Almeida Rosa, a prefeitura vai seguir o cronograma de trabalho depois que a chuva passar e o solo estiver mais seco. De acordo com o titular da pasta, a prioridade são as ruas centrais da cidade e aquelas que fazem a ligação entre diferentes regiões do município, além das vias por onde passam o transporte coletivo ou que dão acesso a hospitais, unidades de saúde e escolas.

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Almeida Rosa afirma que há problema de falta de calceteiros - profissionais que trabalham na manutenção de ruas de calçamento de pedras. Assim, por enquanto a prefeitura vai fazer a recomposição com massa asfáltica. Esse serviço consiste em tapar os buracos no calçamento de pedras com uma camada de massa asfáltica. Porém, a solução é apenas provisória e costuma durar pouco. 

A prefeitura garante que dar condições adequadas de trânsito à população está entre as prioridades da gestão, que busca com o governo federal verba para realizar os serviços. O objetivo é garantir, junto ao Ministério das Cidades, cerca de R$ 50 milhões para a recuperação asfáltica. Não há prazo para que o recursos seja obtido.