santa maria

Denúncia de estupro na Casa do Estudante gera atos de repúdio e investigação na UFSM

Foto: Arquivo pessoal 
Faixa de repúdio foi colocada na Casa do Estudante 2

O relato público de um estupro publicado por uma estudante da Universidade Federal de Santa Maria, na última quinta-feira, em seu perfil no Facebook, repercute de diferentes formas dentro do campus da universidade desde quinta-feira. Na sexta, o caso chegou ao conhecimento da direção da Casa do Estudante, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), à Ouvidoria da UFSM e ao gabinete do reitor e, hoje, uma assembleia entre os moradores da Casa do Estudante foi marcada e pode resultar no indicativo de expulsão do aluno apontado como autor do abuso já que ele é morador da Casa. 

O Diário não divulgará o post nem os nomes dos envolvidos para preservar as vítimas.

ATOS DE REPÚDIOArquivo pessoal
Cartazes foram fixados na Casa do Estudante do campus

Desde domingo, cartazes e faixas condenando atos de agressão sexual foram fixadas na Casa do Estudante 2 (CEU 2) do campus, local onde teria ocorrido o fato, em abril deste ano. Conforme a direção da Casa, a decisão de colocar os cartazes com frases de repúdio ao abuso sexual foi uma atitude conjunta do grupo de mulheres que integram a direção da Casa e de universitárias que se identificaram com o post da estudante e também afirmam ser vítimas do aluno da UFSM, que é morador da Casa do Estudante.

_ Hoje à noite haverá uma assembleia entre os moradores da Casa do Estudante que pode, após votação dos moradores, resultar no pedido de expulsão do aluno ainda na fase de investigação do caso pela instituição. Algumas meninas que são vítimas confirmaram que irão dar os seus relatos publicamente. Elas não moram na Casa, mas estão engajadas para que as vítimas não se calem - afirmou uma das integrantes da direção da Casa do Estudante, Célia Elenice Machado Gonçalves.

No domingo passado, dia 17, um ato de repúdio intitulado Nenhuma a Menos foi organizado no campus em frente à Casa do Estudante. A intenção é espalhar a informação pelo campus para que, se houver outras vítimas, elas tragam os seus relatos ao conhecimento do grupo de mulheres. 

_ Essas coisas não podem ficar impunes. Depois do meu post, outras gurias vieram falar comigo, relatando casos que ocorreram antes de 2016 - disse a estudante que fez o post no Facebook.

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Na próxima quinta-feira, um outro evento é organizado no campus: Movimento contra o assédio na UFSM, marcado para às 11h30min, no hall do Restaurante Universitário 1. 

INVESTIGAÇÕES NA UFSM E NA POLÍCIA
A denúncia chegou ao conhecimento da direção da UFSM ainda na quinta-feira.
_ Fiquei sabendo do caso na quinta-feira à noite porque as estudantes me marcaram na publicação. Desde então, já ouvimos a estudante, que veio acompanhada da mãe, e conseguimos identificar o jovem. Ele é morador da Casa do Estudante e, por ser um assunto que envolve um benefício, abriremos hoje um processo administrativo para investigar o caso - informou a pró-reitora adjunta da Prae, Angélica Medianeira Iensen.

Conforme a pró-reitora adjunta, um ato de agressão sexual é considerada uma falta grave pelo regulamento da Prae e pode ser passível de punição da perda do direito de moradia. 

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_ O processo que abrimos pode resultar, depois de passar por todos os trâmites e por decisão do Conselho de Moradia (composto por representantes da direção das Casas do Estudante, da Prae, do DCE e do reitor), na perda do direito - afirmou a pró-reitora.

Conforme Angélica, não há prazo para a finalização do processo, que irá ouvir o aluno denunciado e também solicitar o resultado da investigação criminal do caso. Conforme a delegada Elizabeth Shimomura, que responde interinamente pela Delegacia da Mulher, o inquérito foi concluído pela Polícia Civil em maio e remetido à Justiça, onde tramita na 3ª Vara Criminal em segredo de Justiça. A delegada não informa o resultado da investigação.

OUTRA INVESTIGAÇÃO
Na sexta-feira, a denúncia foi formalizada junto à Ouvidoria da UFSM. Depois disso, as informações preliminares foram repassadas ao conhecimento do gabinete do reitor, Paulo Burmann, que é o órgão da instituição que tem poder para solicitar uma investigação junto à Comissão Permanente de Sindicância e Inquérito Administrativo (Copsia).

- Recebemos a denúncia da estudante e estamos na fase pré-apuratória de informações. A ideia é que se apure se há materialidade no caso para depois, enviar as informações à Prae, que leva o caso do gabinete do reitor, que tem a competência abrir a investigação junto à Copsia. Só depois do trâmite de todo o processo é que ele poderá, ou não, resultar em sanções ao aluno - explicou o ouvidor Jorge Renato Alves da Silva.

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