De janelas abertas

Michele

De janelas abertas

A maioria dos brasileiros que deixam o Brasil dizem que o motivo é a fuga da violência. E essas pessoas falam mesmo de experiências traumáticas como, por exemplo, terem sido vítimas de sequestro, de assaltos a mão armada… nem se quer falam de pequenos furtos.

Uma coisa que me chamou a atenção logo que viemos para Portugal é a quantidade de carros que ficam nas ruas durante a noite. A questão é que aqui não é um grande risco um veículo “posar” do lado de fora. Os prédios mais antigos não tem garagem; outros tem apenas uma vaga; alguns tem garagem pequena para o tamanho do carro. Enfim, por diferentes motivos, as pessoas deixam os veículos estacionados na rua. E, de manhã, eles estão lá. Claro que há alguns furtos, alguns delitos, mas a incidência é mesmo pequena.

Escrevo sobre isso porque hoje aconteceu um episódio que me fez pensar na situação se o contexto fosse um país com índice de criminalidade relevante. Estacionei o carro na rua por volta das 8h e quando voltei, cerca de 5 horas depois, reparei que os vidros estavam abertos. Dentro do carro, brinquedos de uma filha, jaqueta da outra, moedas nos compartimentos, no porta luvas documentos. E ao conferir o carro, tudo estava no seu devido lugar. Fiquei mesmo surpresa.

Na hora, lembrei do carro da minha mãe que foi levado de dentro do estacionamento de hospital de Santa Maria e que, depois de recuperado, tempos mais tarde foi levado da frente da nossa casa. Recordei do carro do meu pai que foi roubado em Porto Alegre. E até de um caso curioso que foi publicado no Diário na época em que meu pai ia sair para trabalhar e encontrou o carro na frente de casa, mas sem as quatro rodas. Minutos depois, comecei a refletir e pensar que na verdade eu não deveria ficar surpresa. O normal é que ninguém mexa naquilo que não é seu. Mas, infelizmente, a gente sabe que nem sempre é assim. E por isso o “normal” vira o surpreendente.

De qualquer forma, a partir de agora estarei atenta aos vidros, até porque no outono costuma chover e ter os bancos molhados seria uma chatice (risos). Brincadeira à parte, o episódio serve para refletirmos o quanto precisamos cobrar das autoridades mais segurança para nossa cidade, estado e país. É um direito nosso podermos nos sentir seguros e, inclusive, deixar o carro estacionado na rua.

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