Conheça a história de Margarida Bonetti, ex-socialite que vive em mansão abandonada e é procurada pelo FBI

Talvez você tenha ouvido falar sobre Margarida Bonetti nos últimos dias. Ela ficou conhecida nacionalmente desde que o podcast A Mulher da Casa Abandonada, do jornalista Chico Felitti, foi lançado em 1º de junho. Margarida protagoniza uma história digna das telas de cinema. Acusada de escravizar uma mulher nos Estados Unidos, ela fugiu para o Brasil e entrou para a lista de procurados do FBI. Desde então, vive isolada em uma mansão decadente localizada em um dos bairros mais nobres de São Paulo. Mas essa história que parece sair de um livro criminal não tem nada de ficção e as polêmicas envolvendo a ex-socialite não param por aí.

Até agora o podcast da Folha de São Paulo acumula recordes de audiência. Nos principais tocadores de áudio, A Mulher da Casa Abandonada já conta com mais de 7 milhões de reproduções, segundo dados divulgados pela Folha. A história, que é verídica, foi pesquisada e detalhada pelo jornalista Chico Felitti. No material fruto da investigação, Chico conta com riqueza a vida e os fatos que cercam Margarida Bonetti.

O podcast de oito episódios chegou ao fim nesta quarta-feira, 20 de julho, com uma entrevista exclusiva com a mulher que é ponto central da história. Na primeira fala de Margarida em anos, ela se defende das acusações e culpa o FBI de perseguição. A repercussão do podcast também causou uma polêmica ainda maior e um interesse popular no caso. Notícias recentes afirmam que a casa abandonada virou ponto de visitação de curiosos e chegou a ser invadida. Abaixo o Diário te conta quem é Margarida Bonetti e como a vida dela virou do avesso desde o lançamento do programa.

Margarida Bonetti é uma mulher de 63 anos que vive em um casarão que, literalmente, está caindo aos pedaços. Mas a vida dela nem sempre foi assim. Margarida é filha de uma família da alta classe paulistana. Nos anos 70 ela se casou com o empresário René Bonetti e poucos anos depois eles se mudaram para os Estados Unidos.

Para ajudar na vida no novo país, o casal levou consigo a empregada doméstica da família dos pais de Margarida. Até aí a história está normal. O problema é que o casal Bonetti foi acusado de manter a funcionária em situação alusiva à escravidão durante cerca de 20 anos. Nesse período a empregada doméstica teria vivido trancafiada e sem direito a tratamento médico e nem salário.

O caso estourou no início dos anos 2000 quando Margarida e René foram denunciados a polícia norte-americana por escravizar e agredir a empregada. Conforme o podcast, René chegou a cumprir seis anos de pena e foi solto. Já Margarida fugiu para o Brasil e passou a viver escondida.

De volta ao Brasil, ela começou a morar na mansão luxuosa localizada no Bairro Higienópolis, em São Paulo. A casa foi uma herança deixada pelos pais. Uma vez no local, Margarida parou de dar assistência para a casa, que passou a deteriorar-se com o tempo.

De acordo com Chico Felitti, no local não há energia elétrica, nem água e esgoto. Fotos retiradas de um processo judicial também mostram o interior do imóvel lotado de entulhos e em péssimas condições. 

Mas as curiosidades não param por aí. Nas poucas aparições que fez, Margarida se identificou para os vizinhos como Mari. Ela também evitou, durante todos esses anos, contato com a mídia. O ar de mistério é ainda maior por ela sempre aparecer com o rosto coberto por uma pomada branca.

O pátio da mansão também é lotado de entulhos, mato alto e até um carro deteriorado. Mas se ela é procurada pelo FBI, por que nunca foi presa pela policia? Nós contamos abaixo!

Margarida Bonetti vai ser presa?

Por mais de 20 anos a localização exata de Margarida Bonetti foi um mistério para os policiais que tentaram encontrar a mulher em outros endereços. Mesmo que responda por outros processos aqui no Brasil, Margarida não pode ser presa ou extraditada pelo crime que cometeu nos Estados Unidos. O motivo é que no Código Penal brasileiro os crimes prescrevem após 20 anos sem serem julgados. É o que ocorre nesse caso.

Estar em dia com a justiça brasileira não livrou Margarida da polêmica e da critica social por ter escravizado uma pessoa. Desde o lançamento do podcast são vários os relatos de ataques a propriedade e aglomerações de pessoas querendo conhecer o lugar. Conforme informaram alguns jornais, a mulher chegou a abandonar a casa por alguns dias devido ao número de pessoas tentando entrar no local.

Mas Margarida retornou para a casa abandonada e, nesta quarta-feira (20), a história ganhou mais um capítulo. Foi durante a tarde de quarta que a polícia realizou uma operação que ganhou cobertura ao vivo na mídia e aumentou o conhecimento sobre o caso.

Na ocasião a Polícia Civil esteve na mansão para investigar uma denúncia de abandono de incapaz. A ativista da causa animal, Luísa Mell, acompanhou a operação para resgatar os animais da casa. Luísa se envolveu em uma briga com Margarida, que não queria entregar o cachorro para a ativista. No fim, Luísa conseguiu fugir com o animal e foi criticada na internet.

Após a ida da polícia até o endereço, o programa Brasil Urgente divulgou que a família de Margarida Bonetti irá tomar providências. Conforme as informações do programa, uma irmã da mulher deve passar a dividir a casa até que a situação se acalme. Uma empresa especializada em limpeza será contratada para dar um jeito na bagunça da casa.

Enquanto a história de Margarida Bonetti segue ganhando novos rumos e até que se tenham atualizações, você pode aproveitar para saber tudo sobre o caso no podcast.