O Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, na região centro-leste de Santa Maria, enfrenta problemas graves de infraestrutura desde 1995, quando se constituiu. Segundo os moradores, faltam saneamento básico e pavimentação, a creche não ficou pronta, e o esgoto corre a céu aberto perto do posto do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) Maringá, na Rua D, e em frente à casa da pensionista Jeanete de Mello Borges, 66 anos, que mora há duas décadas no local.
– Já liguei para tudo que foi órgão, assim como todos os vizinhos, e ninguém resolveu nada. Nos dias que chove, esse esgoto entra no meu pátio e não temos como sair de casa. Para fazer as refeições é bem complicado, porque além do cheiro ruim tem muito mosquito – reclama ela.
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Jeanete mora no número 32 da Rua Galdino Bellinaso. Camila Trindade, 28 anos, que está grávida e também mora há mais de 20 anos na mesma rua, lamenta o problema:
– É bem complicado, porque o cheiro ficou dentro da nossa casa, para comer, só colocando ventiladores. Meu marido teve que construir um muro na tentativa de que o esgoto não entrasse mais no nosso pátio, mas não adiantou muito. Em dias de chuva, vem tudo aqui para dentro.
O esgoto formou buracos na rua, o que dificulta ainda mais a locomoção dos moradores e a passagem de veículos. Outra reclamação da vizinhança é a falta de saneamento em todo o bairro. De acordo com os moradores, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), tinha prometido fazer a medição do solo para providenciar a tubulação.
– Isso foi no final do ano passado. Eles teriam dito, também, que as obras começariam na metade deste ano e que já teriam verba para isso. A gente fica triste com a situação porque é horrível ver as crianças brincando no meio dos esgotos que estão nos pátios das casas – diz a Presidente da Associação Comunitária Diácono João Luiz Pozzobon, Amalia Oliveira da Silva, 44 anos.
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Além da falta de saneamento, os moradores da Rua Hilda Conceição Coliussi Berleze pedem pavimentação. Em dias muito quentes e secos, eles dizem que a poeira aumenta com a passagem do transporte coletivo e de caminhões e carros de passeio. Conforme Amalia, as roupas que ficam dentro do guarda-roupa, em um cômodo na parte de trás da casa, ficam empoeiradas. Ela também conta que os problemas respiratórios da família e dos vizinhos se agravam com a poeira.
Outra grande reclamação é que o transporte público ameaça não passar mais na Rua Hilda Conceição Coliussi Berleze em razão da falta de condições da via. Segundo os moradores, algumas vezes, os ônibus já deixaram de circular na rua sem que a comunidade fosse avisada.
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Ainda com relação à infraestrutura oferecida no bairro, a vizinhança diz sentir falta de farmácia distrital na Unidade Básica de Saúde São Francisco.
– As pessoas que não tem condições financeiras ou físicas de ir até o centro para buscar um remédio acabam tendo que contar com a sorte, já que não temos uma farmácia aqui – afirma o aposentado Leandro Francisco da Silva, 44 anos.
MELHORIAS
A presidente da associação comunitária acredita que muitas melhorias realizadas no bairro só aconteceram em decorrência de protestos e da união dos moradores. Entre elas, está a limpeza dos lixos que ficavam nas ruas, que foi realizada por uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente neste ano. Os moradores dizem que esses dejetos provocavam o acúmulo de água, o que ajudava na proliferação dos mosquitos no bairro.
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Além disso, juntos, os moradores também conseguiram que a autoclave da Estratégia Saúde da Família fosse consertada. O equipamento havia ficado sete meses sem funcionar por conta do defeito.
Fazem parte do Bairro Diácono João Luiz Pozzobon a Vila Maringá, Vila Cerrito, Loteamento Paróquia das Dores, Jardim Berleze, Conjunto Residencial Diácono João Luiz Pozzobon.
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O QUE DIZ A PREFEITURA
SOBRE A PAVIMENTAÇÃO NA RUA PROFESSORA HILDA BERLEZE E NAS DEMAIS VIAS DO BAIRRO
Conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, não há, no momento, previsão de pavimentação das vias do bairro. No entanto, a pasta garante que já foram realizadas manutenção nas ruas, neste ano, além de dois consertos maiores, nos meses de fevereiro e agosto, quando foram realizados os serviços de patrolamento, empedramento e compactação.
SOBRE SANEAMENTO E ESGOTO
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos alega que não tem responsabilidade pela rede cloacal, apenas pela rede pluvial, mas explica que há muitas ligações irregulares de esgoto cloacal na rede pluvial, assim, todos os vazamentos de esgoto existentes são resultados destas ligações irregulares. De acordo com a pasta, o correto é que, onde não existe rede coletora de esgoto cloacal, o contribuinte instale fossa séptica e filtro.
Ainda conforme a Secretaria, a prefeitura realiza, mensalmente, intervenções nas redes pluviais, devido à grande quantidade de resíduos que são jogados nesses locais.
SOBRE A FARMÁCIA DISTRITAL NA UBS SÃO FRANCISCO
Conforme a coordenadora da Política da Assistência Farmacêutica do Município, Salete Zago de Barros, para a instalação de uma farmácia distrital na Unidade de Saúde é necessária uma área física adequada, além de profissionais farmacêuticos que possam fazer a dispensa dos medicamentos. No entanto, a prefeitura não dispõe, neste momento, desses profissionais que possam realizar o serviço.
Ainda de acordo com a prefeitura, os moradores podem pegar medicamentos na farmácia distrital da Unidade Básica de Saúde Wilson Paulo Noal, no Bairro Camobi, e na Farmácia Municipal Central (Rua Roque Calage, 55).
SOBRE A SEGURANÇA NA ESF MARINGÁ
De acordo com o superintendente da Guarda Municipal de Santa Maria, Sandro Nunes, a Guarda Municipal irá aumentar a circulação da viatura no local e colocar guardas municipais na unidade quando houver dias especiais de vacinação ofertados na ESF.
SOBRE A CRECHE
A prefeitura está empenhada em resolver a questão das obras das creches. Levando em conta a demanda, foi priorizada a conclusão das creches do Cipriano da Rocha e da Vila Brenner. Depois, serão retomadas as tratativas para a conclusão das demais creches.
O QUE DIZ A CORSAN
Conforme a gestora da Unidade da Companhia de Santa Maria, Andréia de Moraes Zanini, a Corsan não possui rede de esgoto cloacal no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon. De acordo com ela, cada morador deve instalar uma fossa ou um filtro na sua casa e contratar empresas que façam a manutenção para que o esgoto não fique entupido. Além disso, a Companhia tem projetos de obras e ampliações da rede, mas não tem data definida para o término da obra, que já está em andamento, em Camobi.
O QUE DIZ A ATU
Segundo Cristiano Andretta, gerente operacional da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), o transporte coletivo irá continuar passando na região enquanto as vias tiverem condições. Ele diz que, quando as ruas estão muito esburacadas ou colocando os passageiros em riscos, linhas são suspensas ou têm seus itinerários alterados. O mesmo acontece quando os veículos sofrem apedrejamentos. O gerente diz, ainda, que moradores e passageiros são informados de mudanças e suspensões nas linhas.
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