Tradicionalmente marcado por homenagens, o Dia de Finados foi de intenso movimento nas ruas, igrejas e cemitérios de Santa Maria. Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, à beira de túmulos, pessoas de diversas cidades do Estado chegavam e reservavam momentos em orações ou agradecimento às graças alcançadas por santos populares. Flores, velas, coroas e mensagens em cartazes eram deixados no intuito de materializar a saudade.
– Tenho meus pais, irmãos e marido aqui. Às vezes, é difícil vim e faço orações em casa. Mas hoje, Finados, mando rezar uma missa e venho ao cemitério – disse Dirce Sauthier, 80 anos, enquanto comprava um vaso de flores em frente ao Cemitério Ecumênico Municipal.
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Teve também quem chegou cedo para limpar os local onde estão sepultados amigos e familiares. Já no interior de algumas capelas do município, algumas missas também celebravam a data. Na Basílica da Medianeira, por volta das 11h, cerca de 50 pessoas oravam junto do Padre Rubens Doto. Um pouco antes, Às 10h, Padre Enio Rigo reunia fiéis na Catedral Metropolitana.
No entorno dos maiores cemitérios da cidade, o fluxo de carros, ônibus e pessoas exigiam a atenção de fiscais de trânsito. Na avenida Dois de Novembro, o trânsito preciso ser bloqueado na alterado da Rua Caldas Júnior, no sentido bairro-centro.
– Essa mudança foi necessária para garantir a segurança das pessoas. Tem muito idoso que vem ao cemitério (ecumênico). O pico do movimento é entre das 9h às 10h, e das 14h às 17h – informou o fiscal municipal de trânsito, Ivan Cezimbra, 43 anos.
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A Faixa Velha de Camobi também permanece com trânsito superior aos demais feriados devido às visitas ao Cemitério Santa Rita, instalado naquela região.
Solidariedade a Bernardo e família
Junto da a mãe Odilaine, recentemente da avó Jussara e demais familiares, o corpo de Bernardo Boldrini está sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal. Ainda que tenham passados mais de três anos do assassinato do menino ( 4 de abril de 2014), um dos casos que gerou mais comoção e revolta nos últimos anos, o túmulo da família ainda atrai diversas pessoas, sejam elas conhecidas da família ou quem apenas deixa sua solidariedade.
–Não conheci, mas parei aqui para fazer uma oração. É inacreditável o que fizeram com ela – lamentou o bombeiro, José Carlos Poershke, 48 anos.
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Amiga íntima da avó de Bernardo, Maria Martins 80 anos, também passava pelo local deixando flores:
– A Jussara foi minha madrinha de casamento, me criei na casa dela. Venho aqui rezar por eles sempre que posso, é como se fossem da família.
Graças à Mariazinha
"Agradeço Mariazinha pela graça alcançada", estampavam centenas de placas em torno do jazigo campa nº 5, quadra 93, o mais florido e visitado do Ecumênico. A Santa popular que leva multidões aos cemitério, neste ano, trouxe gente de Porte Alegre ao Coração do Rio Grande.
– Minha filha estava casada há sete anos e não conseguia engravidar. Rezamos para Mariazinha e ela intercedeu. O Guilherme (neto) deve nascer até março. Viemos para agradecer – contou Regia Piasson.
Maria Zaira Cordova Penna nasceu na Estação Colônia, antigo distrito de Santa Maria, hoje, Camobi, em 13 de abril de 1933. Aos 16 anos, a jovem, colidiu sua coxa contra uma cadeira e começou a ter dificuldades para andar. Os médicos constaram câncer no fêmur.
Algum tempo depois, as dores pioraram e a mantiveram somente na cama. Ela morreu em 11 de outubro de 1953. Desde então, milhares de pessoas consideram Mariazinha "santa milagreira".