Caso Kiss

Cinco processos, mas nenhum responsabilizado

Lizie Antonello

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Mais um ano deve se encerrar sem que nenhuma pessoa seja responsabilizada pela maior tragédia gaúcha que levou à morte 242 pessoas. Cinco processos tratam sobre o incêndio ocorrido na madrugada de 27 de janeiro de 2013 e as consequências dele nas esferas criminal, administrativa e militar (veja a situação de cada um abaixo).

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Mas, a aproximação do final do ano só reforça a certeza de que nada será decidido em 2014. Nesta terça-feira, as palavras escritas por familiares de vítimas no tapume em frente à boate, pedindo por Justiça, foram rompidas para que os servidores pudessem entrar para fazer a limpeza do prédio.

De forma geral, pedidos feitos pelas defesas e pela acusação frearam o andamento dos processos criminais tanto na Justiça Estadual quanto na Militar. Dos processos criminais que correm na Justiça Estadual, o de fraude processual é o mais adiantado. O réu, o último a ser ouvido, já falou.

O caso está com o Ministério Público que deve se pronunciar nos próximos dias. Mas, com o recesso de final de ano do Fórum _ de 20 de dezembro a 7 de janeiro _ a decisão deve ficar mesmo para 2015.

Outra expectativa que se mostrou frustrada foi a de encerrar a fase de depoimentos das testemunhas de defesa do principal processo criminal da Kiss (de homicídio) ainda neste ano. Desta vez, foram as audiências fora da cidade e pedidos da defesa que atrasaram a conclusão da etapa.

O processo criminal na Justiça Militar, onde tradicionalmente, a tramitação é mais rápida, foi freado porque uma solicitação de informações da acusação ainda não foi atendida pela Brigada Militar. Não fosse isso, os réus estariam sendo ouvidos entre ontem e hoje. Mas, os interrogatórios acabaram ficando para fevereiro, empurrando a sentença para mais adiante.

_ Como pai é frustrante chegarmos há dois anos daquele massacre, sabendo do tamanho da tragédia, e vendo que os processos andam tão lentos. Essa morosidade faz doer mais essa ferida. Provas temos muitas. Mas, a sensação é que querem ganhar tempo. Se não houver justiça, tudo se transformará em descaso e não teremos paz _ disse Adherbal Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

OS PROCESSOS

O inquérito policial sobre o incêndio na boate Kiss responsabilizou 28 pessoas. Destas, 12 viraram réus em uma das três esferas judiciais _ criminal, cível e militar _ e 16 tiveram os casos arquivados pelo Ministério Público. O MP e a Brigada Militar incluíram outros quatro nomes que não haviam sido citados no rol de responsabilizados. Do total de 16 réus, um fez acordo com a Justiça e teve o processo suspenso. Ao fim, 15 ainda respondem pelo incêndio de 27 de janeiro que resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas. Confira quem são os acusados, por quais crimes eles respondem, a que pena podem ser submetidos e em que situação estão os processos na esfera criminal, militar e cível:

NA JUSTIÇA ESTADUAL:

ESFERA CRIMINAL
HOMICÍDIO

Réus
- Elissandro Callegaro Spohr
, o Kiko, sócio da casa noturna
- Mauro Londero Hoffmann, sócio da casa noturna
- Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que segurava o artefato pirotécnico que deu início ao fogo
- Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor de palco da banda Gurizada Fandangueira, que acionou o artefato pirotécnico que deu i"

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