Durante a reconstituição, peritos voltarão a barragem na localidade de Lava Pé onde o corpo foi encontrado. Foto: Maurício Barbosa (Arquivo)
A reconstituição para a conclusão do laudo pericial que apura as circunstâncias da morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em São Gabriel, prevista para esta terça-feira (8) foi adiada após determinação judicial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Conforme o Instituto-Geral de Perícias (IGP), ainda não há data prevista.
Segundo o TJRS, a decisão foi determinada pela juíza Juliana Neves Capiotti da Vara Criminal da Comarca de São Gabriel, e ocorreu devido ao curto período entre a data de intimação das partes pela Polícia Civil e a data de realização da reconsituição. A defesa das partes teriam sido intimadas com cinco dias de antecedência, e a decisão prevê que uma nova data seja marcada e que as partes sejam intimadas com no mínimo 10 dias de antecedência
Confira abaixo a nota do TRJS:
Por entender que havia prejuízo ao contraditório e à ampla defesa dos réus, uma vez que as defesas das partes foram intimadas pela Polícia no último dia 3/11, a Magistrada Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal da Comarca de São Gabriel, determinou que seja marcada uma nova data para a reconstituição, com comunicação prévia de, no mínimo 10 dias.
O objetivo da reconstituição é apurar se os fatos se deram da forma como narrados pelos participantes e de acordo com as provas periciais. A etapa inicial consistiu na análise das perícias e do inquérito policial referente ao caso. Após realizada a reconstituição, será produzido o Laudo pericial. Algumas dúvidas sobre o caso ainda não foram respondidas, a principal delas é como o corpo de Gabriel foi parar dentro da água. Outra, é se mais policiais tiveram envolvimento no caso.
Leia mais
Justiça Militar ouve testemunhas em processo sobre a morte de Gabriel
Caso Gabriel: exame toxicológico apontou negativo e alto teor de álcool no sangue teria relação com o estado em que o corpo foi encontrado, afirma diretora do IGP
Especialista explica como um golpe na cervical pode ter matado o jovem Gabriel
Entenda o caso
Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.
O corpo de Gabriel Marques Cavalheiro foi encontrado na tarde do dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais militares que abordaram o jovem foram Cleber Renato Ramos de Lima, Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e Raul Veras Pedroso, que estão presos desde a noite do dia 19 de agosto, e foram encaminhados ao Presídio Militar de Porto Alegre. O laudo do exame de necropsia apontou que Gabriel morreu devido a uma hemorragia interna na região do pescoço, provocada por uma agressão, e que não haviam indícios de afogamento.
– Conforme o laudo de necropsia, a morte de Gabriel ocorreu por perda sanguínea causada por ruptura de vasos na região cervical com sinais de ação por instrumento contundente, ou seja, uma hemorragia interna – explicou Heloísa Helena Kuser, diretora-geral do Instituto Geral de Perícias (IGP) em coletiva de imprensa realizada no dia 29 de agosto.