Saúde Pública

Cardiologistas param atendimento pelo SUS em hospital de Santa Maria

Mariana Fontana

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Há cerca de uma semana, pacientes que procuram por atendimento no setor de cardiologia do Hospital de Caridade Alcides Brum (HCAB) não encontram o serviço. O grupo formado por quatro profissionais, que atendia no hospital, decidiu parar os atendimentos.

De acordo com o coordenador do SUS no Hospital Alcides Brum e responsável pelo serviço de cardiologia, Luiz Gustavo Thomé, a decisão se deu devido à falta de serviços de alta complexidade no local. Segundo Thomé, os atendimentos em nível ambulatorial e as internações clínicas, assim como exames de eletrocardiograma e ecocardiograma, por exemplo, não estão mais sendo oferecidos. Thomé afirma que, desde que começaram a atender, os médicos lutam para oferecer a alta complexidade.

— Desde 2013 buscamos recursos para atender pacientes graves, mas, até agora, não conseguimos. A nossa sensação é que estamos fazendo um serviço pela metade — afirma Thomé.

O setor realizava cerca de 80 consultas por mês pelo SUS, além de disponibilizar 10 leitos para internação. O coordenador afirma que os atendimentos que chegavam eram serviços graves e, como o hospital não possui os serviços de alta complexidade, os pacientes precisavam aguardar o encaminhamento para realizarem procedimentos no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Esses encaminhamentos, segundo Thomé, são demorados, já que o Husm também tem uma lista de espera. Dessa forma, os pacientes do Alcides Brum precisavam aguardar durante dias para realizar as cirurgias ou qualquer outro procedimento:

— Quando recebemos um paciente, não sabemos qual a gravidade, por isso, precisamos de um serviço complementar, que é a alta complexidade, para que cirurgias sejam feitas o mais rápido possível. Não temos nem ambulância para fazer o transporte para o Husm, então, não temos condição de manter o serviço.

Segundo Thomé, além de não conseguir realizar todos os serviços, a demora nos encaminhamentos gera um gasto extra de cerca de R$ 40 mil mensais para o hospital, o que também impossibilita que os atendimentos sejam feitos.

A secretária de Saúde Vania Olivo informou que uma reunião na semana que vem entre a secretaria, o Hospital Alcides Brum e a comissão de saúde do município deve ser feita para tentar resolver a situação.

— Nós não podemos perder esse serviço, pois só o Husm não consegue dar conta de todos os atendimentos. A fila de espera para cirurgia e atendimentos já é grande, e se não tivermos o Alcides Brum, não temos como seguir. A reunião é para ver se a decisão é definitiva ou se temos outra possibilidade — afirma Vania.

 

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