Violência

Cabeleireira de Santa Maria morta na Capital ia noivar em março

Naiôn Curcino

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Vanessa Medianeira Souza Brito, 35 anos, assassinada com uma facada na madrugada de domingo, na rampa de acesso à passarela da Estação Rodoviária de Porto Alegre, na Rua Conceição, vivia talvez o melhor momento de sua vida. Conforme Vanessa Antunes, amiga da vítima e dona do salão Musa Urbana, onde a restinguense trabalhava em Santa Maria, a cabeleireira estava muito feliz. Ela havia conseguido alugar uma casa para morar com a filha de 15 anos e estava de noivado marcado com Cleiton Pedroso. Ela teria ido à Capital para fazer uma visita de surpresa para o namorado.

Restinguense foi morta por ter chorado após assalto, no Centro da Capital

– Ela já estava morando na casa nova desde o final de janeiro. Esta semana, ela ia trazer a filha dela. Ela estava muito bem, muito feliz, ele foi um dos primeiros namorados dela, de infância. Ela estava muito feliz porque ia noivar em março, eles estavam procurando alianças, inclusive mostrei algumas para ela – diz Van, que era como chamavam-se as xarás.

Mulher morta a facadas na Capital trabalhava como cabeleireira em Santa Maria

Para Vanessa Antunes, antes do que funcionária, Vanessa Brito era uma grande amiga. Ela lembra exatamente de como foi o primeiro dia de trabalho da cabeleireira no salão, em fevereiro de 2014:

– Eu havia colocado um anúncio no Facebook. Aí, ela fez contato e disse que tinha interesse. No primeiro dia, disse a ela que não precisava ficar, porque o movimento estava fraco. Mesmo assim, ela quis ficar e permaneceu até o início da noite. Ela ficou morando um mês no salão porque não tinha para onde ir. Depois, mudamos o salão de lugar, ela foi morar com a minha sócia e, depois, morou mais um tempo no novo endereço – conta.

Corpo de cabeleireira morta na Capital deve chegar à noite em Restinga Seca

Apesar de ser uma funcionária dedicada, Vanessa, que era divorciada de um casamento anterior, sempre havia deixado claro para a chefe que queria juntar dinheiro para abrir o seu próprio salão. Logo que casou, a vítima foi morar em Uberaba, Minas Gerais, onde teve o seu próprio negócio. Depois de 20 anos, ela retornou para Restinga Seca e, em seguida, conseguiu o emprego em Santa Maria.

– Ela não era só nossa funcionária, era uma grande amiga. Ela tinha a chave do salão, abria, fechava, sabia de tudo. Era o meu braço direito, a minha escudeira. Ela era uma pessoa muito inteligente, era a minha funcionária mais antiga. Ela sempre me deixou bem claro que estava juntando dinheiro para abrir o salão dela. Era uma cabeleireira completa – assegura.

A ficha não caiu

Como eram muito amigas, Vanessa sempre contava tudo sobre sua vida para a amiga de mesmo nome. Atrás do seu objetivo, sempre aos finais de semana, a cabeleireira ia para Restinga, onde atendia suas clientes no sábado e no domingo, ou para Porto Alegre, onde visitava o namorado. Neste fim de semana, na despedida, Vanessa disse que ficaria em Santa Maria, já que não estava se sentindo muito bem. O fato de ela estar na Capital surpreendeu a amiga.

– Não sei o que ela foi fazer lá. Ela recebeu R$ 260, e nunca saía com menos de R$ 500. Ela estava faceira que, esta semana, estava com a agenda lotada. No Carnaval, deixei-a em Porto Alegre e disse pa"

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