BR-158, entre Santa Maria e Itaara, tem novos deslizamentos de terra durante a madrugada; trecho da rodovia continua bloqueado

​Novos deslizamentos de pedras e terra na BR-158, foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal  (PRF) na madrugada desta terça-feira (17). Os deslizamentos aconteceram na altura do km 316, nas proximidades de Itaara. O trecho já estava totalmente bloqueado nos dois sentidos desde a tarde de segunda-feira (16). 

Não há previsão para a liberação da rodovia, que já contava com uma fila de mais de 5 km de caminhões na manhã de terça. De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), veículos leves podem utilizar a Estrada do Perau, que apresentava tráfego intenso. Os demais veículos devem buscar rotas alternativas por outras rodovias.

De acordo com a chefe da 9° Delegacia da PRF, Ana Cristina Londe, uma equipe de manutenção já atua nos locais dos deslizamentos e a encosta apresenta grande instabilidade. 

Londe também afirma que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a empresa Conpasul estiveram em reunião na manhã desta terça, para decidir qual a melhor estratégia de liberação da rodovia. 

– O Dnit segue fazendo imagens e estudando o caso. Um técnico em barreiras de contenção está vindo de São Paulo e deve chegar na quarta-feira para analisar a situação, que segue muito complexa. Tem muitas pedras grandes que irão rolar ainda, além de outros pontos de deslizamento no mesmo trecho. Não temos nenhuma previsão de liberação. 

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Agentes da PRF presentes no local do deslizamento mencionaram  a dificuldade e o risco da operação de remoção das pedras. As máquinas fazem a estrada trepidar, o que poderia ocasionar novos deslizamentos e pôr em risco até mesmo o seu operador. Segundo os agentes, a melhor opção é esperar a chuva dar trégua, para que a água possa evaporar e a terra ficar mais seca.

Caminhoneiros aguardam liberação do trecho

Enquanto a rodovia está bloqueada, quem precisa se deslocar precisa esperar. É o caso do caminhoneiro Jones Dutra, de 57 anos, que está transportando areia. Natural de Santa Maria, precisou deixar seu caminhão no posto de gasolina e retornar para casa por causa do bloqueio.

– Retornamos de manhã cedo para cá e estamos aguardando a liberação. A situação está dificil, mas esperamos que libere, nem que seja pela tarde, pois precisamos concluir a viagem. Eu tenho compromisso de entregar esse material, se não fizer isso a fábrica para.

Ele relata que na última semana se deparou com uma situação parecida com essa, quando a BR-158, entre Itaara e Santa Maria ficou bloqueada devido a um acidente envolvendo seis veículos, que resultou na morte do condutor de um dos carros. Na ocasião, a pista ficou bloqueada por aproximadamente seis horas.

O caminhoneiro Vanderlei Fernando Machado, de 35 anos, transporta água de Sarandi e também está parado no trecho. Ele retornava de Bagé e parou na noite de segunda em São Sepé já sabendo do bloqueio. Quando chegou em Santa Maria, pensou que a situação já estaria normalizada, porém, nada mudou:

– Estou esperando uma resposta, se terá liberação ou não. Estou aguardando para ver se alguém dá alguma informação. 

Uma alternativa para muitos motoristas é estacionar o caminhão em postos de gasolina às margens da BR-158. Foi o que fez o caminhoneiro Fernando Evaldt, 62 anos, que recém havia descarregado uma carga em Cruz Alta. Ele conta que, infelizmente, já está acostumado com situações como essa:

– Estou desde ontem de noite parado. Em Joinville, por exemplo, frequentemente ocorre esses bloqueios, então já estou preparado, mas vai me prejudicar muito. Espero que até amanhã seja liberado, porque já era para eu ter carregado outra carreta hoje em Porto Alegre e estou aqui ainda.