Aves que foram capturadas ilegalmente terão sua liberdade de volta

Araras e papagaios que foram retirados da natureza e acabaram sendo criados em cativeiros clandestinos estão mais perto de ter sua liberdade de volta. Na sexta-feira, 20 papagaios da espécie Amazona Aestiva saíram do criadouro São Braz, em Santa Maria, com destino à Serra do Cachimbo, no sul Pará. Mas antes, os animais farão uma parada em Porto Alegre.

Eles foram transportados por técnicos Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). As aves ficarão na Capital por cerca de duas semanas em um centro de triagem, último local onde ficarão até retornarem à natureza.

As aves foram apreendidas há cerca de quatro anos em cativeiros e residências por órgãos ambientais e levados ao criadouro. De acordo com Santos de Jesus Braz, dono do criadouro, esses animais são uma das espécies mais apreendidas no Brasil:
_ A espécie é considerada os papagaios mais inteligentes da América e, por terem o formato da língua arredondado, são vítimas de capturas e humanizados. Por isso, acabam reproduzindo a voz humana. Eles chegaram aqui sem condições de voo, foram para o "papagaiódromo" e cuidados para voltar para à natureza. Eles foram feitos prisioneiros pela mão do homem.

Daqui a cerca de duas semanas, outras 20 araras da espécie Canindé também serão levadas para o centro de triagem do Ibama em Porto Alegre. As aves, que foram recolhidas em uma operação da Polícia Federal e do Ibama na fronteira do Brasil com a Argentina, chegaram filhotes ao São Braz.

Da Capital, as araras e os papagaios serão encaminhados para a Serra do Cachimbo para serem soltas em uma área de proteção ambiental monitorada pela Aeronáutica. O trabalho de cuidados desses animais até que voltem para a natureza é chamado de repatriação.
_ Elas passam por uma transição. Não é apenas soltá-las. Elas devem aprender um novo estilo de voo, aprender a buscar os próprios alimentos. Serão observadas por profissionais do Ibama, um número limitado de humanos, até ficarem totalmente independentes _ explica o veterinário do Ibama, Paulo Carniel.