Assistência

Apesar de dificuldades financeiras, Lar das Vovozinhas descarta fechar as portas

Pâmela Rubin Matge

Foto: Lucas Amorelli (Diário)
Lar assiste 193 idosas

Dona Geneci, 81 anos chegou em 5 de abril de 1961. Marieta, 80 anos, a popular gaiteira, está há 47 anos. Oracelina, 87, chegou na última quarta-feira. Essas e outras 190 idosas assistidas pela Associação Amparo Providência Lar das Vovozinhas estão com a rotina garantida, segundo a administração da entidade.

Apesar da crise financeira, que beira R$ 1 milhão em dívidas e cerca de 10 pessoas demitidas nos últimos dois meses, o Lar das Vovozinhas segue suas atividades sem risco de fechar. Vice-presidente financeiro do Lar desde novembro do ano passado, Saul Fin, relata que o principal desafio é pagar os funcionários, mas é enfático ao salientar:

_ Atrasamos, mas sempre pagamos dentro do mês. São 90 funcionários. Hoje, nossa dívida está em 965 mil e tive que correr para o banco, mas nunca falamos em fechar as portas E Queremos tranquilizar Santa Maria disso.

Familiares das vítimas da Kiss reclamam da falta de atendimento

Contudo, a matemática atesta a realidade. As contas se acumulam e a instituição conta com a prefeitura para liberação de recursos que já têm projetos aprovados e da permanência das doações dos voluntários. Eventos e almoços mensais também têm sido uma iniciativa para complementar a renda e conquistar novos parceiros. O próximo risoto ocorre no dia 8 de abril e a festa anual, que celebrará os aniversário de 72 anos da entidade será nos dias 9 e 10 de junho.

Entre os projetos, muitos que contam com o Fundo do Idoso do município, há um com a Corsan, que, por meio da dedução de impostos, que reverter cerca de R$ 230 mil ao Lar.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves, a prefeitura está no aguardo de um último documento da entidade, para depois, enviar ao setor de Licitações da prefeitura. Os prazos não foram informados.

Registrados em fatos reais

ESTRUTURA
Além das 193 idosas e de 90 funcionários, que incluem 34 técnicos de enfermagem, sete enfermeiros, 2 médicos, o lar conta com cargos administrativos, da cozinha, da manutenção e da higienização do local. As vovós ficam em quatro alas distintas, separadas pelas condições de saúde de cada uma.  

Na última quarta-feira pela manhã, o responsável financeiro da entidade concedeu uma entrevista à reportagem do Diário. Confira: 

Diário de Santa MariaQual a possibilidade do Lar encerrar as atividades?
Saul Fin: Nenhuma. Nunca falamos em fechar as portas. Imagine, o que faríamos com as idosas?  

Diário: Mas a entidade atravessa por uma das maiores crises financeiras da sua história recente e chega acumular uma dívida de R$ 965mil...
Saul Fin: A crise é geral. Quando assumi, em novembro do ano passado, tive o compromisso de pagar o salário do mês, mais o 13° (salário). Estamos organizados. Além da importante ajuda da comunidade, a administração está trabalhando muito, se erguendo para sempre garantir dignidade para as vós. Desde 2012, temos o selo de ISO 9001 (indicador de qualidade) e queremos manter. 

DiárioDe que forma?
Saul Fin: Tive que correr para o banco. Buscamos empréstimo e parcelamos a conta de luz e o INSS. A última deu cerca de R$ 13 mil, para ter uma ideia. Esse mês, os R$ 10 mil de aluguel do terreno onde está o parque de diversões também ajudou. 

Diário: Qual a maior demanda financeira do Lar?
Saul Fin: Com certeza é a folha de pagamento dos funcionários. Não fizemos dívidas há meses, mas os juros vão acumulando. Temos parcelas com principais fornecedores como de remédios, que só em fevereiro gastamos R$ 20,800 mil. Aqui tudo é bastante. São 70 litros de leite por dia, 500 fraldas, que conseguimos por meio do Ministério Público Estadual. 

Diário: E como, atualmente, como a entidade se sustenta?
Saul Fin: 
Praticamente do salário das vós. Só que, em média, cada uma para se manter aqui tem um gasto de R$ 1650 e a maioria tem um salário mínimo, e contribui R$ 954. Daí, temos algumas complementações de salário de algumas delas, comidas e roupas que chegam por ações solidárias de redes de supermercado e outras empresas, além das doações espontâneas e de sócios, que somam cerca de R$ 30mil por mês. Não é o suficiente, em fevereiro tivemos R$ 223.662 de receita e R$ 267,270 de despesa, isto é, um déficit de R$ 40.608 

Diário: Além da intensificação das doações, eventos e dos sócios-voluntários, doações, o alguma outra iniciativa para gerir a crise?
Saul Fin: 
Sim. Temos projeto que até estão aprovados na prefeitura aguardam liberação, cerca de R$ 500 mil. Só um m deles é por meio da Corsan, com dedução do impostos, que deve vir R$ 230 mil ao Lar. Também fizemos alterações no estatuto e estamos tentando adequar o Lar para entidade filantrópica para conseguir repasses financeiros do município, que atualmente só nos isenta de IPTU. Mas os alvarás todos pagamos. 

PARA AJUDAR
Lar das Vovozinhas _ Avenida Hélvio Basso, 1.250, das 8h às 12h, e das 13h às 17h
Depósitos _ No Banco do Brasil, conta: 6204-9 e agência: 0126-0; no Banrisul, conta: 06.005870.0-0 e 0353; e Sicredi, conta:82077-6 e agência: 0434
Informações _ (55) 2103-2626


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

UFN propõe reflexão entre acadêmicos para superação da violência Anterior

UFN propõe reflexão entre acadêmicos para superação da violência

Confira a programação de celebrações de Páscoa em igrejas de Santa Maria Próximo

Confira a programação de celebrações de Páscoa em igrejas de Santa Maria

Geral