A enfermidade, que pode ser causada por bactérias, vírus ou até fungos, também tem gerado óbitos. Até o mesmo período, o Brasil já contabilizou 707 mortes por meningite. Ao contrário do cenário brasileiro, o Rio Grande do Sul registra baixa em notificações da doença meningocócica desde 2020. Enquanto em Santa Maria, não monitora novos casos.
Casos e óbitos
Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Estado não registra sustos generalizados da doença meningocócica desde 2015. Na presença dos dados, o órgão reitera que “houve uma redução considerável nas notificações desta doença durante os anos intensos da pandemia”. No caso dos óbitos, que são maiores na enfermidade de origem bacteriana, “o padrão de letalidade da doença se mantém constante.”
Em Santa Maria, foram registrados apenas dois casos da doença meningocócica: um em 2019 e outro em 2021. A prefeitura afirma não monitorar novos casos este ano e reitera a orientação de que pessoas com meningite são consideradas notificação compulsória, o que implica na notificação da suspeita à vigilância epidemiológica municipal em até 24h.
Nesta reportagem, são considerados apenas dados relativos a doença meningocócica no Estado e Santa Maria. Sobre o índice de óbitos no município, o quantitativo fornecido pela prefeitura considera todos os tipos de meningite registrados, não sendo necessariamente sobre a doença abordada.
Cobertura vacinal
A transmissão da doença ocorre por meio de secreções respiratórias ou pela saliva durante o contato com uma pessoa infectada. Entre os principais sintomas, estão febre, dor de cabeça, vômitos, rigidez na nuca, confusão mental, paralisia e surdez. Para evitar a contaminação, é recomendado higienizar as mãos, manter ambientes sempre ventilados, lavar e cuidar alimentos, além de se imunizar.
No Sistema Único de Saúde (SUS), são disponibilizadas duas vacinas: Meningocócica C e Meningocócica ACWY. A primeira objetiva imunizar crianças a partir de um esquema vacinal com uma dose aos três meses e outra aos cinco meses, além de um reforço aos 12 meses. O imunizante age contra o sorogrupo C da bactéria Neisseria meningitidis, no qual estão a meningite e a meningococemia.
Em Santa Maria, a cobertura vacinal de crianças menores de 1 ano atingiu 79% do público apto até setembro de 2022. Conforme a prefeitura, 1.940 crianças receberam a imunicação contra a doença. No Estado, os dados ainda são considerados parciais, porque o percentual considera o público a ser vacinado para o ano inteiro. Até o momento, a cobertura vacinal da Meningocócica C foi de 48,78%.
Veja como foram os índices de aplicação da vacina Menigocócica C (por %) no público infantil no Estado:
2015 – 96% da cobertura vacinal2016 – 91% 2017 – 88%2018 – 83%2019 – 91 % 2020 – 88%2021 – 77,48% (dados preliminares)2022 – 48,78% (dados parciais)
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde
A SES destaca que os dados de 2021 ainda são considerados preliminares, porque há um prazo de até 12 meses para o lançamento das doses aplicadas pelos municípios no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
Pelo SUS, também é disponibilizada a Meningocócica ACWY, que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y da bactéria. A aplicação é destinada a adolescentes de 11 e 12 anos. Porém, até junho do ano que vem, adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão receber a vacina, conforme o Calendário Nacional de Vacinação.
Os dois imunizantes, entre outros que também protegem contra a meningite, podem ser encontrados em qualquer unidade de saúde de Santa Maria, em horas e dias variados.
Arianne Lima – [email protected]
Leia todas as notícias