Extracurricular

Alunos fazem júri simulado para treinar a argumentação

Joyce Noronha

Os alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Santa Maria viveram a experiência de um julgamento em tribunal na manhã de hoje. Um não, três. A proposta de um júri simulado partiu dos próprios estudantes e foi coordenada pela professora de português Adriana Bortolini. A atividade consistiu em avaliar três casos fictícios: dois de homicídio e um de aborto (veja detalhes abaixo). 

Cada turma de 2º ano do colégio trabalhou em um caso específico. Os três cenários de crime foram criados por Adriana, e os alunos tiveram um mês para montar a acusação ou a defesa dos réus. A professora, que também é formada em Direito, explica que a atividade auxilia na oratória e trabalha o poder de argumentação dos estudantes.

– Além de ser um exercício de português, na escrita e na apresentação da defesa ou da acusação, também é um exercício de respeito às opiniões diversas e de como manter um diálogo respeitoso – comenta Adriana.

Os estudantes se voluntariaram a trabalhar em cada um dos casos, que tiveram dois alunos no papel de advogados de defesa, dois na posição de acusação, um de juiz, um interpretou o réu ou ré e sete ficaram no júri. Todos foram orientados por Adriana no período de preparação. 

Os julgamentos tiveram a participação de convidados, como o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia, Marcelo Arigony, que atua como delegado regional substituto, o defensor público da União Henrique Azevedo e o juiz de Direito Leandro Sassi, que auxiliaram os estudantes.

DESAFIOS

Como uma das advogadas de defesa do caso em que uma mulher matou o próprio estuprador, a estudante Julianne Floriano, 17 anos, conta que preparar o material para o julgamento foi um desafio. 

– Nós criamos uma história para a ré. Ela já tinha sofrido abuso do pai quando era criança, estava em tratamento psicológico para isso, mudando de uma medicação para outra, quando foi atacada por um homem, que a estuprou. Quando ela percebeu que o homem estava dormindo, o matou. Trabalhamos muito esse passado dela para que o júri tivesse empatia com a ré e entendesse os motivos dela – comenta Julianne.

Além de elaborar essa história para a ré, a estudante comenta que foi um processo de argumentação dentro de um ambiente sadio e, mesmo que tenha "perdido" o caso, Julianne disse estar feliz com o trabalho que ela e o colega de defesa realizaram.

O diretor do Colégio Militar, coronel Kleber Camerino, diz que o júri simulado proporciona aos alunos um contexto real do trabalho realizado em um julgamento. Para Camerino, ter os convidados da área foi importante para que os alunos tivessem contato com o conhecimento técnico.



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