Alertas nas embalagens de alimentos chamam atenção dos consumidores; entenda a nova rotulagem

Alertas nas embalagens de alimentos chamam atenção dos consumidores; entenda a nova rotulagem

Foto: Beto Albert (Diário)

Fazer escolhas alimentares saudáveis nem sempre é uma tarefa fácil em meio a tantas opções disponíveis no supermercado e a falta de hábito em ler os rótulos. Com a intenção de tornar esse processo mais consciente, desde outubro de 2023, todos os produtos que vão para as prateleiras do mercado precisam estar adequados às novas regras de rotulagem que preveem a padronização das tabelas nutricionais e a adoção do símbolo de lupa nas embalagens que alertam sobre o excesso de sódio, açúcar e gordura. 

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A mudança foi aprovada em 2020 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vem sendo implementada gradualmente pela indústria. Até 2025, também terão que se adaptar os produtos artesanais e da agricultura familiar e bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis. 

Em Santa Maria, a novidade está chamando atenção dos consumidores que passam pelos corredores de supermercados, ainda mais em época de Páscoa. A advogada Tanise Cuti, 28 anos, considera que os alertas trouxeram maior clareza sobre a composição dos alimentos, o que acaba pesando na hora da compra. 

– Ao saber que tem muito açúcar, por exemplo, a gente acaba comprando menos pelo efeito que isso tem na saúde. É uma informação muito importante e que traz uma consciência maior sobre o que consumir – afirmou Tanise enquanto realizava compras em um estabelecimento na região leste de Santa Maria. 

Tanise Cuti, 28 anos, considera que os novos alertas nos rótulos influenciam na hora da compraFoto: Beto Albert (Diário)

Adoção do alerta frontal

A rotulagem nutricional frontal é um símbolo informativo que busca esclarecer o consumidor sobre o alto conteúdo de três nutrientes que têm impactos relevantes para a saúde: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. Conforme a nutricionista e professora do curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Carla Brasil, há evidências de que o consumo exagerado desses componentes está associado à prevalência de determinadas doenças. 

– Existem diversos estudos que falam da relação desses três nutrientes com a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares – explica Carla. 

O alerta deve constar na frente por ser uma área facilmente capturada pelo olhar. Conforme a Anvisa, é obrigatória a inclusão do símbolo quando os alimentos apresentarem as seguintes quantidades:

Fonte: Anvisa


Confira os modelos de rotulagem frontal que podem ser encontrados nas embalagens:

Fonte: Anvisa


Mudança na tabela nutricional

Além da rotulagem frontal, a nova legislação também estabelece mudanças significativas na Tabela de Informação Nutricional. Já presente nas embalagens, agora ela passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo é afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem a legibilidade das informações. 

Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passará a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100g ou 100ml, para ajudar na comparação de produtos, bem como o número de porções por embalagem. Além disso, a tabela deverá estar localizada, em geral, próxima à lista de ingredientes e em superfície contínua, não sendo aceita divisão.

Alegações nutricionais

Também há mudanças nas regras para o uso de “alegações nutricionais”, que são as informações opcionais presentes nos rótulos dos alimentos que indicam “rico em… ou fonte de...”, “sem adição de...”, “baixo em...”. A Anvisa propõe alterações nos critérios de uso com o objetivo de evitar contradições com a nova rotulagem nutricional frontal.

Entre elas está a proibição do uso de alegações na parte superior do painel principal caso o alimento tenha rotulagem nutricional frontal. Além disso, alimentos que contém alerta de sódio, gordura saturada ou açúcar adicionado não podem ter alegações para esses nutrientes.

A nutricionista destaca outras regras importantes envolvendo alegações. Por exemplo, não é permitido destacar a presença ou ausência de componentes próprios dos alimentos como dizer que um óleo é livre de colesterol, uma vez que todos do mesmo tipo são. O correto é informar: “óleo sem colesterol, como todo óleo vegetal”.

Foto: Beto Albert (Diário)

Caminhos para escolhas mais conscientes

O momento das compras é importante e pode colaborar com uma alimentação mais saudável e equilibrada, por isso, é importante ficar atento aos rótulos do que se escolhe levar para casa. Apesar disso, Carla lembra que fatores como a dificuldade de compreensão de determinados termos presentes na lista de ingredientes, o preço e até a localização dos alimentos nas gôndolas, podem influenciar na compra.

– O ideal seria avançarmos também em outros tipos de políticas públicas, como por exemplo, a questão da regulação da propaganda nas televisões e rádio, implementação de educação nutricional nas escolas e até a adoção de impostos para produtos com alto teor de determinados nutrientes como sódio, açúcar e gordura – afirma Carla.

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