caso isadora

Advogado de suspeito de assassinar modelo diz que jovem morreu de overdose

Michelli Taborda

Foto: Reprodução

O advogado de defesa de Paulo Odilon Xisto Filho, suspeito de ter assassinado a namorada, a modelo santa-mariense Isadora Viana Costa, 22 anos, em maio deste ano, na cidade de Imbituba, em Santa Catarina, contestou o laudo da perícia feita na jovem, que indicou que ela foi morta após múltiplas agressões na região do abdômen. A contestação é diferente da tese defendida pelo Ministério Público catarinense. Segundo Aury Celso Lima Lopes Júnior, o resultado do exame toxicológico, que foi divulgado na semana passada, confirma a presença de cocaína no sangue de Isadora e indica que a modelo morreu devido a uma overdose, contrariando a versão da Polícia Civil e do Ministério Público sobre a causa da morte. 

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A DEFESA
Para a defesa, o resultado do exame é "irrefutável". O advogado ainda disse, em nota, que a necropsia feita pela Polícia Civil na época em que Isadora morreu contém "graves erros metodológicos" e que, no resultado dos exames, fica claro que "não existem lesões externas". 

"Desde o início, Paulo afirma que a causa da morte foi overdose. O laudo toxicológico, agora juntado ao processo, comprova isso de forma irrefutável. O laudo revela uma quantidade absurdamente elevada de cocaína no sangue. Além disso, também foi encontrada grande quantidade de medicamentos no organismo, agravando o quadro pela iteração medicamentosa. Essa foi a causa - inequívoca e indiscutível - da morte.  A necrópsia inicialmente feita, em que pese conter graves erros metodológicos, também é muito clara em afirmar que não existem lesões externas. Então, como Paulo sempre afirmou: ele não agrediu Isadora e não a matou. Enquanto ele dormia, ela ingeriu - além de inalar - cocaína e medicamentos, convulsionando em razão disso, momento em que ele a socorreu, ainda no apartamento, também chamando o Samu e fazendo todo o possível para salvá-la. A vítima apresentava hemorragia interna, que ainda está sendo analisada por especialistas, e que pode ter sido gerada pela overdose, ou pelas 2 horas de RCP a que foi submetida ou ainda pela conjugação de ambos os fatores. Isso ainda está sendo analisado por peritos, mas desde logo está afastada a tese de agressão. Paulo não agrediu e não matou Isadora. A defesa irá comprovar tudo isso na instrução e também no habeas corpus que aguarda julgamento no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.", considerou a defesa no material enviado à reportagem.

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O advogado ainda salientou que Paulo Odilon nega o assassinato de Isadora. Segundo ele, a modelo teria ingerido cocaína enquanto o namorado dormia e, por conta disso, teria convulsionado ainda no apartamento onde os dois estavam, na manhã de 8 de maio deste ano. Sobre a hemorragia interna apontada pela perícia, Lopes Júnior afirmou que a situação ainda é analisada por especialistas para entender se há a possibilidade de ter sido causada por uma overdose ou até mesmo pelos procedimentos de socorro.

A ACUSAÇÃO
Entretanto, conforme o Ministério Público de Santa Catarina, o exame toxicológico feito no corpo não conclui que a modelo tenha sofrido uma overdose nem que isso tenha sido a causa da morte. De acordo com o MP, o laudo concluiu que havia grande quantidade de cocaína no sangue da jovem, mas que isso não exclui o resultado do exame pericial, que indicou que foram encontradas lesões como laceração de vasos abdominais e laceração hepática decorrentes de ação mecânica de alto impacto, como chutes, joelhadas e socos. O novo laudo foi incluído nos autos do processo e será analisado pela Justiça.

A advogada da família de Isadora e assistente de acusação do processo, Daniela Félix, considerou as afirmações da defesa como "levianas e desesperadas". Segundo ela, o laudo apenas indica a porcentagem de droga que havia no sangue da modelo, o que não exclui o exame cadavérico feito na época da morte.

- O laudo não diz isso (que Isadora morreu de overdose), mas faz a medição da porcentagem, que é alta, de fato, mas é algo que a gente já sabia. É completamente equivocado, apressado e, principalmente, errado o advogado afirmar a taxatividade do exame, porque o resultado não faz relação nenhuma com o exame cadavérico que é taxativo com a morte por natureza mecânica. Não é possível afirmar isso porque o processo ainda está em curso e todas essas afirmações são levianas. É uma tentativa desesperada de seduzir a opinião pública com uma informação completamente errada - afirmou Daniela.

O CASO
Isadora morreu na manhã do dia 8 de maio deste ano, na cidade catarinense de Imbituba. A modelo, natural de Santa Maria, foi morta dentro do apartamento do namorado, que fica na área central da cidade catarinense. As investigações do caso tiveram início no dia do crime, quando a polícia foi acionada a comparecer no Hospital São Camilo com a informação de que Isadora morreu por causa desconhecida.  

O laudo da necropsia apontou que a jovem morreu por trauma abdominal, e o caso passou a ser investigado como feminicídio. Conforme o resultado do exame, ela morreu entre 6h20min e as 7h30min. Neste horário, apenas Isadora e o namorado estavam no local. O Ministério Público de Santa Catarina denunciou o namorado da modelo, Paulo Odilon Xisto Filho, de 36 anos, por homicídio qualificado por feminicídio e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de fraude processual, já que, segundo o MP, a cena do crime foi modificada a fim de induzir a perícia a erros. Ele está preso preventivamente desde o dia 16 de julho.

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