Ações lembram a Festa Regional do Arroz, de São João do Polêsine

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Ações lembram a Festa Regional do Arroz, de São João do Polêsine

DIVULGAÇÃO/Nos arquivos da prefeitura, um raro registro da primeira edição da festa, em 1955, mostra os participantes

Criada em 1955, a Festa Regional do Arroz, de São João do Polêsine, tinha como objetivo agradecer pela colheita do grão que hoje impulsiona a economia do município da Quarta Colônia e, também, abençoar os produtores, as famílias e os equipamentos utilizados nas lavouras. Ao longo dos anos, a festividade agregou a sua programação, além da missa na Paróquia São João Batista e do delicioso almoço servido no salão paroquial, atividades como desfile temático, shows musicais, exposições, feiras e seminários.

– Depois de mais de 60 anos, essa festividade tem uma importância fundamental para São João do Polêsine, sendo uma das maiores festas do nosso município, reunindo de três a quatro mil pessoas nos três dias de programação – destaca o prefeito Matione Sonego.No entanto, com o início da pandemia de coronavírus, em 2020, o evento não pode ser realizado pela primeira vez em 65 anos. Esse ano, como uma forma de manter viva a tradição, a prefeitura de Polêsine vai promover, neste final de semana, algumas ações para celebrar a Festa Regional do Arroz. A programação conta com o lançamento do documentário em vídeo ‘Memória, história e tradição: Festa Regional do Arroz’, e com uma missa (veja no quadro).– Será uma comemoração digital como forma de marcar a data. Serão dois dias para lembrarmos as tradições e homenagear quem sempre trabalhou para que a festa sempre ocorresse – afirma o chefe do Executivo.

Como foi que tudo começouUma missa, um risoto para toda a comunidade e uma bênção da autoridade religiosa para suas famílias e equipamentos agrícolas como forma de celebrar a farta colheita. Essas ações promovidas pelos agricultores polesinenses, em 1955, deram início a maior festividade da produção orizícola da região. Quem viveu aquela época, lembra com detalhes da ocasião.– Tudo começou quando algumas crianças estavam arrecadando arroz e galinha na comunidade para um risoto que seria para levantar fundos para a escola. O vigário da paróquia na época, padre Roberto Nascimento, perguntou aos pequenos para qual santo seria essa festa e eles responderam que não havia santo, apenas que seria a festa do arroz – lembra o aposentado Alessio Borin, 71 anos.No ano seguinte, a iniciativa passou a contar com uma missa e uma carreata em frente à paróquia para bênção dos carros, dos tratores e das ferramentas utilizadas na lavoura. Era um dos pontos altos da festa.– Nessa hora, os carros aceleravam e buzinavam, o sino badalava, e aquele barulhão parecia um fim de guerra. Comovia as pessoas. Eu era criança e ficava dentro da igreja imaginando o que era aquilo. Sempre me emocionava porque era muito bonito. Além disso, o mais importante era o encontro com os amigos. É uma festa que não pode deixar de seguir. Precisamos valorizar nossos pais, nossos avós por tudo que fizeram por nós até chegarmos no que temos hoje – reforça Borin.

Da cozinha aos desfiles, boas recordaçõesSe a festa é do arroz, o que nunca ficou de fora do cardápio da festividade foi o típico risoto. Quem esteve à frente do preparo deste prato por muitos anos, lembra do engajamento e do trabalho feito a cada edição.– Iniciei ajudando a servir as mesas. Depois, vim para a cozinha, onde administrei o preparo do risoto por cinco anos. A comunidade sempre foi muito unida. Tinha quem lidava com o pão, com as cucas, e a gente fazia o risoto. Sempre foi de muito trabalho. Vínhamos para a cozinha do salão na quarta-feira para depenar e limpar as galinhas e deixar tudo pronto para domingo só fazermos o risoto. Sempre foi tudo muito organizado – lembra a aposentada Isolda Rosso Pivetta, 83 anos.

Unidos para manter a tradição na avenidaCom o passar dos anos, o desfile realizado durante a Festa Regional do Arroz passou a ser temático. Veículos, caminhões, tratores e demais máquinas agrícolas passaram a ser verdadeiros carros alegóricos a cada edição. A finalidade é retratar aos visitantes e, principalmente à nova geração, um pouco de como eram as atividades dos imigrantes na lavoura e o trabalho do dia a dia em casa.– A cada edição, o desfile inovava, mas sem perder a essência de mostrar as tradições e os costumes. Antigamente, não havia lavoura mecanizada, era tudo na base do braço, da enxada, do machado. É isso que buscamos mostrar nos desfiles. É a nossa história que estamos tentando conservar até hoje – lembra Fiorelo Bisognin, 85 anos.Segundo ele, assim como hoje, tudo ocorre graças ao engajamento da comunidade.– Parecia impossível fazer tudo aquilo acontecer, mas, chegava na hora, todo mundo se doava, ajudava a organizar os carros. A gente ficava muito feliz vendo o pessoal trabalhando – conta o aposentado.

Capacitação para melhor resultado na produçãoNão é à toa que a cultivo do arroz merece ser comemorado a cada safra em São João do Polêsine. O plantio do grão é responsável por gerar emprego e renda ao município, sendo fundamental para a economia polesinense.– O cultivo iniciou com os imigrantes. Hoje é a cultura principal, é uma fonte direta para os produtores e indireta para o comércio de toda a região. Temos mais de dois mil hectares plantados no município e uma produtividade média de 160 sacos por hectare – conta o representante da Associação dos Arrozeiros de São João do Polêsine, Edison Pozzebon, 61 anos.Segundo ele, a festividade, além celebrar o fechamento da safra, serve para compartilhar conhecimento. – É durante a festa que realizamos o Seminário Regional do Arroz e capacitações para os produtores junto com entidades como Irga e Emater – afirma Pozzebon.

PROGRAMAÇÃO DA CELEBRAÇÃOSábado (22/05), às 19h– Lançamento do documentário “Memória, história e tradição: Festa Regional do Arroz”- Transmissão no canal do Youtube e link disponível no site da Prefeitura

Domingo (23/05), às 9h– Missa na Paróquia São João Batista– Será presencial respeitando os protocolos de prevenção ao coronavírus (uso obrigatório de máscaras, limite de pessoas, higienização com álcool gel, distanciamento) e, também terá transmissão ao vivo pela página da Paróquia São João Batista – São João do Polêsine no Facebook (@paroquiapolesine)

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