Pela própria estrutura corporal humana, constituída em sua maior parte por músculos e ossos, fica evidente que somos destinados ao movimento. E sempre fomos muito ativos…desde os primórdios. Após a Revolução Industrial é que o ser humano começou a ficar cada vez mais sedentário, devido às facilidades tecnológicas e de locomoção. Então, quando paramos para pensar no quão pouco nos movimentamos hoje em dia, entendemos por qual motivo temos tantos agravos e doenças ligados ao sedentarismo.
Exercício e saúde na história
Os benefícios do exercício físico para a saúde são reconhecidos desde, pelo menos, 600 a.C. Pythagoras, sendo um ex-atleta, foi o primeiro filósofo médico da Grécia Antiga a advogar pela necessidade de exercício físico diário como fator de saúde. O médico indiano Susruta, foi o primeiro, que se tem registro, a prescrever exercício físico a um paciente, indicando que deveria ser feito todos os dias. E Hipócrates (considerado o pai da medicina) escreveu que “somente se alimentar não irá manter o homem bem, é preciso também fazer exercício físico”.
O papel no envelhecimento
A prática regular de exercícios físicos melhora uma série de parâmetros vinculados ao envelhecimento. Sabe-se que o envelhecimento do corpo é inevitável, mas manter a qualidade de vida durante esse processo faz toda a diferença. Problemas cardiovasculares, respiratórios, musculares, ósseos e endocrinológicos comuns no envelhecimento podem ser amenizados através da adoção de um estilo de vida ativo.
O sistema cardiovascular
Com o envelhecimento, há uma maior rigidez arterial, acúmulo de ateromas (gordura) nas artérias e consequente aumento da pressão arterial. A prática regular de exercícios físicos pode ajudar no aumento do número de novos capilares, o que faz com que o sangue consiga fluir mais fácil e por mais partes do corpo. Isso ajuda a reduzir a pressão arterial. Além disso, quem é fisicamente ativo tende a ter uma descarga de adrenalina menor, o que também contribui na redução de pressão arterial.
Ação no sistema respiratório
A idade mais avançada costuma vir acompanhada de uma diminuição do fluxo de ar e das trocas gasosas (entrada de Oxigênio e saída de CO²) bem como de um enfraquecimento dos músculos respiratórios e de um declínio na eficácia dos mecanismos de defesa pulmonar. Tudo isso torna o idoso mais vulnerável às doenças respiratórias, aumentando também a chance de desenvolvimento de pneumonia após infecções bacterianas ou virais. O indivíduo que pratica exercício físico regular tem os músculos respiratórios e os mecanismos de defesa pulmonar fortalecidos, e a melhora da imunidade geral pode evitar a complicação de processos inflamatórios simples.
Na próxima coluna daremos continuidade a este assunto, discutindo o papel do exercício físico para amenizar problemas musculares, ósseos e endocrinológicos comuns no envelhecimento.