Nova Santa Marta

A curto prazo, sem solução

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Se depender da ação do Estado, a Nova Santa Marta, uma das maiores ocupações urbanas da América Latina, ainda deve perecer no esquecimento e seguirá mergulhada nos inúmeros problemas causados pela falta de planejamento e de atenção dos órgãos públicos. Diante disso, a reportagem que fecha a série traz a viabilidade real de ações que poderiam mudar a realidade das 26 mil pessoas que residem na localidade.

A curto e médio prazos, alguns projetos previstos podem ter efeito na área da segurança pública. Porém, a tão sonhada posse das casas, que viria com a regularização das residências, ainda tem um longo caminho de espera e burocracia pela frente. A última reportagem especial sobre o bairro Nova Santa Marta tinha uma missão: buscar as respostas dos governos estadual e municipal para os principais problemas levantados pela comunidade e pelos especialistas ouvidos pelo Diário durante a produção da série.

Considerada fundamental para o desenvolvimento do bairro, a regularização fundiária, por exemplo, possibilitaria o crescimento econômico e a geração de empregos no bairro, com a construção de supermercados, farmácias e outros estabelecimentos impactando nos problemas do bairro. A oferta de educação de qualidade, com cursos técnicos e escola de tempo integral, também seriam agentes importantes para mudar a realidade local, mas a inoperância e ineficácia dos órgãos públicos na oferta desses serviços emperra a solução dos problemas locais.

Elisabete Pinheiro, que foi presidente da Associação Comunitária da Vila Alto da Boa Vista, de 2004 a 2013, comenta sobre a situação de abandono vivida pela comunidade.
- Em 2008, o bairro era um canteiro de obras. O povo olhava para a gente com aquele sentimento de "sonhamos isso juntos e estamos realizando". Agora, parece que houve um retrocesso de mais de 10 anos - lamenta Elisabete.

Éder Pompeu, presidente da Comissão de Regularização Fundiária da Nova Santa Marta, reclama da ausência de serviços comuns ao cidadão.
- Como uma rede de supermercado vai se instalar no bairro se não há escritura dos terrenos? - questiona.

Para o coordenador do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Vanderlei Pereira, o problema é maior do que isso.
- O nosso morador não tem direito a fazer um financiamento na Caixa pois não tem a escritura do terreno.

Sem a resolução desses entraves enraizados na burocracia pesada do Estado, a Nova Santa Marta corre o risco de continuar sendo o retrato do descompasso entre crescimento urbano e planejamento público.





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