A1 Padel Tour: conheça as promessas e os atletas que já são destaque no esporte

Maria Júlia Corrêa

A1 Padel Tour: conheça as promessas e os atletas que já são destaque no esporte
Foto: Nathália Schneider (Diário)

O evento A1 Padel Tour, que começou na terça-feira (11) e vai até domingo (16), no Clube Recreativo Dores, reúne atletas de diferentes países em pró de um só esporte: o pádel. Mas não é só isso, o torneio vai além. Com sede inédita em Santa Maria, é uma oportunidade de conhecer diferentes gerações de padelistas, trocar experiências, praticar um bom espanhol, divulgar a modalidade e, claro, impulsionar a cidade no cenário do esporte. 

Como é uma modalidade em crescimento, está longe de ser um esporte tradicional. Por isso, o Diário te apresenta alguns desses grandes nomes presentes aqui na cidade.

Em constante desenvolvimento no coração do Rio Grande, o pádel vem conquistando os santa-marienses, que, mesmo em dias de semana e com as temperaturais mais baixas, compareceram para assistir as estrelas do esporte atuando a poucos metros de distância. A médica Thais de Oliveira Flores, 33 anos, conta que pratica o padel há cerca de um ano e meio. Ela relata que ver atletas de alto nível jogando na cidade é estimulante para que a prática continue:

– Santa Maria está investindo forte na modalidade, e para quem joga, como eu, é um estímulo muito forte. São atletas que eu só conseguia acompanhar pela internet, através de vídeos ou pela televisão. E poder assistir eles ao vivo, bem de pertinho, é muito melhor – conta.

Outro ponto forte desse torneio mundial é a união de diferentes gerações em um só local. O espírito de competição e a disputa acirrada pelo ponto ficam somente dentro da quadra, protegida por vidro. Fora, nas cadeiras e arquibancadas, o clima é de confraternização, conversas e muita troca. É possível ver atletas que são considerados “promessas”, outros já alcançaram o topo, enquanto alguns carregam décadas de experiência. 

Conheça alguns desses atletas e a sua relação com o esporte:

Marcelo Jardim: santa-mariense na fase decisiva

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Único brasileiro em quadra nas quartas de final, Marcelo Paiva Jardim, 49 anos, é natural de Santa Maria e joga na Espanha há mais de 20 anos, onde atua no circuito profissional. É comum que a relação de jogadores de pádel tenha começado por meio da prática do tênis. E, aqui, não foi diferente. Para Marcelo, essa história começou na juventude, quando cursava Direito em Bagé:

– Trabalhava dando aulas de tênis durante o dia e estudava à noite. Um dia, construíram um clube de pádel e contrataram um treinador argentino para captar promessas na cidade. Ao me ver jogando tênis, detectou que eu teria potencial para o pádel também. A partir daí, tudo começou – relata.

Contente em ver o crescimento do esporte, ele vê que o coração do Rio Grande pode despontar com muitos talentos. E ao trazer uma das etapas do torneio para cá, a cidade entra no centro das atenções. Marcelo conta que já tinha participado de outras competições aqui:

– Já joguei outras vezes aqui, mas um torneio de nível mundial como esse, é a primeira vez. Não podia perder a oportunidade. 

Marcelo faz dupla com o argentino Matias Del Moral. Eles enfrentaram os também argentinos Ivo Andenmatten e Nicolas Egea. No duelo, Marcelo e Matias saíram de quadra vencedores, por 2 sets a 0, e avançaram para as quartas de final.

Facundo Lopez: aposta argentina do pádel para os próximos anos

Facundo, no canto direito da foto, junto com seus familiares e sua dupla de jogos. Foto: Arquivo pessoal

Facundo Lopez, de apenas 18 anos, natural de Missiones, na Argentina, é considerado uma aposta para “o futuro do pádel”. Ele iniciou no esporte ainda criança, por influência do pai, Luiz Alberto Lopez, que é treinador. Aliás, é atualmente seu treinador. Além do pai, a mãe e a irmã estão em Santa Maria acompanhando os jogos de perto. No começo, Facundo conta que o pádel era somente uma brincadeira com amigos. Aos 14 anos, isso se tornou um compromisso:

– Iniciei jogando torneios de menor porte na Argentina. E, com o passar dos anos, dedicando cada vez mais tempo a isso, decidi que queria isso para minha vida, me tornar jogador profissional e viver disso – conta.

Luiz Alberto Lopez, pai e treinador de Facundo, sempre foi um apaixonado pelo esporte e foi com esse olhar apurado que viu que o filho teria talento para seguir nesse caminho:

– Via ele jogar dentro de casa e já percebi que seria uma joia a ser lapidada. Mesmo sendo novo, ele já participou de competições de alto nível. Com apenas 16 anos, Facundo jogou seu primeiro campeonato mundial e saiu campeão. Sou muito orgulhoso dele. Tenho outro filho, de 20 anos, que está seguindo o mesmo caminho – explica.

Responsável por perpetuar esse esporte para outras gerações da família, ele conta como conheceu o pádel: na escola, um professor de Educação Física lhe apresentou o esporte, no qual gostou muito. Como já jogava basquete, incluiu ele dentro da sua rotina. Com o passar dos anos, ao formar família, quis repassar a adoração pelo esporte aos filhos. 

Perguntado sobre Santa Maria, ele afirma que conhecia outras cidades do Brasil, mas era sua primeira vez no coração do Rio Grande:

– Ainda não saímos para conhecer a cidade, o foco é total nos jogos, cada partida é uma final, pois somente um sai vencedor. A família está aqui, pois o Rio Grande do Sul fica perto da Argentina. E assim os custos com deslocamentos não são tão caros. É uma rara oportunidade de ver o filho jogar tão perto, então temos que desfrutar.

Sobre a expectativa para o torneio, tanto pai quanto filho são categóricos: sair campeão. Facundo Lopez tem Santiago Rolla, também um jovem argentino como sua dupla. Na noite de quinta-feira (13), enfrentaram a dupla de também argentinos Franco Dal Bianco e Maximiliano Arce, atuais número 1 do ranking mundial pelas oitavas de final. No duelo entre eles, Dal Bianco e Arce saíram vitoriosos e avançaram para as quartas.

Tomas Posse: número 1 da Argentina em solo santa-mariense

Tomas comemora classificação para as quartas de final. Foto: Nathália Schneider (Diário)

Tomas Posse Gordillo nasceu em Tucumán, na Argentina, e tem 23 anos. Atual número 1 da Argentina, jogava tênis desde os quatro anos, mas foi somente aos 17 que iniciou no pádel, justamente pela semelhança entre os dois esportes.

Sobre conhecer a cidade, ele afirma que passa grande parte do tempo entre treinamentos e jogos, mas que conseguiu dedicar um tempinho para “turistar”:– Consegui sair um pouco, sim. Fui ao shopping, andei um pouco pela cidade, gostei bastante daqui – conta.

Tomas faz parceria com o também argentino Felipe Calleja. A dupla avançou para as quartas após sair de quadra na quinta-feira (13) vencedora sobre os conterrâneos Federico Chiostri e Pablo Barrera. Ainda tomado pela adrenalina do confronto, ele afirma que a partir de agora as expectativas para o torneio são altas:

– É um momento muito feliz para mim, está sendo muito bonito. Para mim, é uma loucura ter vencido! Viemos jogar as prévias e depois dessa vitória, minhas expectativas são muito boas.

Adrian Perez: veterano é argentino, mas representa o Paraguai na competição

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Experiente e com décadas de pádel, Adrian Pérez tem 43 anos e nasceu em Puerto Iguazu, na Argentina, fronteira com o Paraná e veio à competição representando o Paraguai, país por onde foi o número 1 por 12 anos. Sua história com o pádel começou por influência do pai:

– Vi meu pai jogando um dia. Eu era moleque, comecei a jogar e gostei também. Sempre foi o esporte que mais gostei de fazer e vi que tinha potencial para se tornar uma potência. Então eu pensei: “Por que não?” E hoje, décadas depois, continuo aqui – conta, aos risos.

Ele avalia que o pádel tem evoluído por todo mundo e enxerga no Brasil muito potencial de crescimento. Até não descarta a possibilidade do país se tornar uma das grandes potências no futuro. Adrian também parabeniza a cidade pelo investimento na modalidade:

– Santa Maria está de parabéns por investir em um evento desse porte e por apoiar o esporte. Tenho percebido que o público está comparecendo em peso, isso é muito bom – conta.

Diferentemente dos outros atletas estrangeiros, Adrian tem o português muito fluído. Ao ser questionado por isso, ele confessa:– Tenho amigos brasileiros e já conhecia Santa Maria também. Estou em casa – afirma.

O A1 Padel Tour está na fase das quartas de final e a grande decisão será no domingo (16). Além de conhecer as diferentes gerações que figuram no topo do esporte, é uma oportunidade única de acompanhar o esporte de perto. Ainda é possível adquirir ingressos que custam a partir de R$ 50. Mais informações sobre setores disponíveis, camarotes e acesso aos jogos podem ser obtidos pelo telefone/Whats (55) 99165-4230.

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