data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Jean Severo, que defende o roadie Luciano Bonilha Leão, nos 30 minutos de tréplica'
Na reta final do debate do júri de caso Kiss, no último dia, a defesa de Luciano Bonilha Leão foi a terceira a falar na tréplica, última etapa antes da decisão dos jurados. Jean Severo foi o primeiro dos advogados, que disse ter "30 minutos para defender a vida de um ser humano. Ele começou a explanação citando O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
- Nessa fala odiosa, me lembrei de um filme, chamado o Auto da Compadecida. E lá tem o julgamento do João Grilo e do Chicó e a figura de Cristo é representada pelo juiz. A de Nossa Senhora, pelo Advogada. E a a figura do demônio é representada pelo Ministério Público.
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Jean agumentou que o Ministério Público quer "condenar por condenar", e pede que Luciano seja absolvido para poder voltar a trabalhar.
- Por que querem o homem condenado? Por que colocar alguém numa prisão, nesses presídios terriveis, sendo um homem de bem, trabalhador, com pouca escolaridade, que praticamente não tem família, apenas a mãe, que perdeu a esposa, perdeu tudo nestes nova anos e vem sofrendo diariamente? - argumentou, se dirigindo aos jurados.
Jean disse que Luciano já leva para toda a vida o peso que nunca desejou, a morte de 242 pessoas.
DOLO EVENTUAL
Jean seguiu na linha de pedir a desconsideração de dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e disse que o Ministério Público ter denunciado com essa intenção foi absurdo. Ele alega que trata-se de crime culposo, cuja pena é menor:
- Que se lutem para aumentar a pena do culposo, mas não venham fazer esse papel patético feito pelo Ministério Público.
Colocaram a doutora lucia pq ele é uma promotora assim, parece que estava acusando bandidos faccionados.
- Vocês acham que essa cara (o Kiko) montou uma boate para matar gente? Tu acha que ele (Mauro) investia os pilas para queimar tudo e matar um monte de jovem? Marcelo, tu que levava alegria para as pessoas, queria ver um monte de gente morta? E o Luciano? Peço a vocês: não condenem meu amigo. Vocês acham que esse roadie queria a morte de 242 amigos? E não acham que eles sejam vítimas também?- suplicou aos sete jurados.
"VÃO VISITAR A BOATE"
Jean criticou ainda atuação do Ministério Público, desde que foi feito o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre MP e a boate, quando vizinhos reclamavam do barulho. A crítica é que nenhum promotor visitou a boate durante a obra de reforma, apenas um secretário de diligências. "Vão visitar a boate", disparou.
- Absolver hoje é um ato de muita importância e é uma resposta forte do nosso Rio Grande do Sul - continua Jean, que tem como marca registrada os gritos em plenário.
Ele pede que se Luciano não for absolvido, seja condenado sem dolo eventual.
- Em nenhum momento esses quatro quiseram a morte de alguém. É culpa. Vamos aumentar a pena da culpa e ensinar o Ministério Público. Não podem pedir aos jurados "vão embalar o monstro que eu criei".