"Vamos fazer a cavalgada pela Medianeira em protesto pela decisão de não haver desfile", afirma presidente da Estância do Minuano sobre 20 de setembro

Foto: Eduardo Ramos (arquivo Diário)

Na próxima quarta-feira, 20 de setembro, a Associação Tradicionalista Estância do Minuano vai realizar uma cavalgada solidária com o objetivo de arrecadar doações para os atingidos pelas enchentes no Vale do Taquari. Apesar do Desfile Farroupilha ter sido cancelado em várias cidades do Estado, inclusive em Santa Maria, e do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) ter orientado as entidades a realizarem as cavalgadas, a ação da Estância do Minuano será feita como forma de protesto, tendo como percurso o trajeto oficial do Desfile Farroupilha, a Avenida Medianeira.

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O cancelamento do Desfile Farroupilha

Na última quarta-feira (13), a Comissão dos Festejos Farroupilhas de Santa Maria divulgou que o desfile de 20 de setembro não iria ocorrer na cidade. A decisão foi feita a partir de uma votação, que foi unânime e reuniu representantes de vários órgãos envolvidos na logística do evento. Dentre eles, a 13ª Região Tradicionalista.

De acordo com o coordenador da 13ª RT, Junior Pozzobon, anteriormente à reunião com a comissão, foi realizada uma enquete com as entidades de abrangência da região para saber a opinião dos filiados. Na oportunidade, a maioria optou por manter o Desfile Farroupilha. Contudo, ao chegar no encontro com o restante dos órgãos da cidade, Pozzobon relata que todos haviam concordado em cancelar o desfile, o que acabou alterando o posicionamento da 13ª RT:

– A decisão final não é da 13ª Região Tradicionalista. Existe uma comissão executiva, que se reuniu no dia 13 de setembro para votação. Tinham 17 pessoas para votar, 16 (contrários) e ficou somente o voto da 13ª (a favor). Como eu tinha falado que a 13ª nunca iria contra a decisão que a comissão tomasse, a 13ª concordou com a decisão e não entrou em discussão. No momento que a comissão era a maioria, concordamos em cancelar o desfile, foi só isso que aconteceu. Não tem como a 13ª ir contra os 16 órgãos que realizam o desfile. Imagina nós sem palanque, sem o apoio da Guarda Municipal para escoltas, sem a banda da Brigada Militar para tocar, todos eram contrários, como a 13ª ia bater de frente? – conta Pozzobon.

O coordenador ainda destaca que, em nenhum momento, foram proibidas cavalgadas solidárias com arrecadações de donativos. Isso porque a decisão de qual tipo de celebração será feita no dia 20 de setembro cabe a cada uma das entidades. Conforme Pozzobon, a única mudança é que não terá o Desfile Farroupilha oficial.

– Ficou claro que ninguém proibiu que pudesse ser feita uma cavalgada solidária. Ninguém proibiu de fazer arrecadações As entidades podem organizar a cavalgada no dia 20 de setembro. Essa orientação partiu do MTG em uma reunião com o governo do Estado, que instruiu a realização das cavalgadas ao invés do desfile. Sabemos que o pessoal prepara cavalo o ano todo, que se programam. Eu tenho um casal de gêmeos de 5 anos que estavam contando as horas para desfilar e todo dia quando acordam perguntam “pai, é hoje o desfile?”. Infelizmente, vamos ter que aguardar o ano que vem – comenta o coordenador da 13ª RT.

O protesto da Estância do Minuano

A posição adotada pela 13ª RT na reunião de votação não agradou a Estância do Minuano. Segundo o presidente da associação, Bruno Fernandes, os gaúchos estavam com a expectativa de realizar uma “grande campanha” para arrecadação de doações para o Vale do Taquari. Ele ainda salienta que a decisão foi incoerente:

– Para nossa surpresa, houve uma reunião com a comissão dos festejos farroupilhas e a 13ª não se posicionou favorável ao desfile. A 13ª não representou as entidades que são filiadas a ela e isso nos deixou bem desconfortáveis. Achamos que isso foi uma decisão política, totalmente incoerente com a continuação dos festejos farroupilhas porque se tem o cancelamento do desfile em respeito às famílias, não se pode continuar com as festas. Não somos contra isso (as festas), mas entendemos que poderiam ter sido potencializadas as doações (com o desfile). Se em algum momento, a 13ª e a comissão entendessem que o objetivo era beneficiar as famílias atingidas, nada melhor do que fazer uma grande arrecadação – diz o presidente da associação.

Por isso, como forma de protesto, a Estância do Minuano vai realizar a cavalgada solidária, utilizando o trajeto oficial do Desfile Farroupilha. A saída será da Estância do Minuano, às 9h, passando pela Avenida Medianeira, em direção ao Centro Desportivo Municipal (CDM). O objetivo é levar as doações da sede da associação até o ponto de coleta da cidade. Em torno de 80 pessoas devem participar da cavalgada.

– A maioria das entidades ficou muito chateada com o posicionamento e, nós, da Estância do Minuano decidimos não ficar complacentes a isso. Vamos fazer o trajeto pela Medianeira na formação do desfile em protesto pela decisão de não haver o desfile. Porque entendemos que o desfile é extremamente importante para a cidade arrecadar os alimentos para as famílias que tanto precisam – detalha Bruno Fernandes.

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Apoio da prefeitura às cavalgadas

Até o momento, a prefeitura recebeu quatro solicitações para acompanhamento de cavalgadas no Dia do Gaúcho (Estância do Minuano, Piquete da OAB Subseção de Santa Maria, DTCE Marcas do Pampa, e CTG Passo dos Ferreiros).

O chefe do Gabinete do Prefeito, Alexandre Lima, afirma que o Departamento Municipal de Trânsito (DMT) poderá acompanhar as ações, que têm caráter solidário, dependendo de quantas entidades enviarem pedidos até terça-feira (19). Lima ainda reforça que a prefeitura presta apoio nos atos que serão realizados, apenas, nas vias municipais.

Uma equipe também vai trabalhar no Centro Desportivo Municipal (CDM) recebendo doações das entidades tradicionalistas, tanto das cavalgadas, quanto daquelas que arrecadaram mantimentos durante os festejos farroupilhas.

– Se tiver caráter solidário e, principalmente, doações de mantimentos no CDM para encaminharmos para o Vale do Taquari, vamos estar acompanhando, dentro das possibilidades de logística. Não vamos intervir no trânsito com fechamento de ruas, vamos fazer apenas o acompanhamento com o DTM. Agora, se tiver 10, 30, 50 (solicitações) não vai ter como. Dependendo do número de notificações que chegar, vamos ver que tipo de acompanhamento vamos dar. O CDM vai estar aberto para receber donativos, sem dúvida nenhuma – explica Alexandre Lima.

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