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'Com 800 pessoas, a gente não permitia mais a entrada', afirma sobrinho de sócio da Kiss

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

No segundo depoimento desta segunda-feira, o sobrinho do ex-sócio da boate Elissandro Spohr (Kiko), Wilian Renato Machado, 27 anos, contou que ajudava na divulgação dos eventos da Kiss. Ele é um dos sobreviventes que estava na casa noturna na madrugada do incêndio e foi chamado pela defesa de Elissandro para depor.

Wilian é filho de Ângela Callegaro, irmã de Elissandro, que cuidava da parte financeira da Kiss. Ele narra que foi um dos primeiros a conseguir sair da boate após o fogo começar. 

- Vi o Kiko e o Ricardo (gerente da Kiss) gritando: "sai que é fogo". Saí pelo fumódromo. Acredito que fui um dos primeiros a sair, e nisso esbarrei em um táxi, que foi meu maior obstáculo. Em questão de segundos ficamos nesse empurra-empurra - destaca. 

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Depois de sair, já na calçada em frente à boate, Wilian relata que viu o tio carregando outra pessoa para fora da Kiss:

- Minha maior preocupação foi a Natália, esposa do Kiko, porque sabia que estava grávida. Quando vi ele (Kiko) na rua, vi ele chegando com uma pessoa no colo. Deixamos essa pessoa do outro lado da rua, direcionamos ele mais para baixo, porque ele queria voltar para boate, mas a gente não estava entendendo o que acontecia.

O jovem contou que não ficou com nenhuma lesão física após o incêndio. Também afirmou que nunca tinha visto shows com artefatos pirotécnicos na Kiss. 

SUPERLOTAÇÃO

Ao ser questionado pelo Ministério Público sobre uma superlotação na boate, com mais de 1 mil pessoas, Wilian negou. Segundo ele, a lotação máxima era de 800 pessoas. 

- A gente tinha uma coisa bem clara na Kiss. A partir de 800 pessoas, ninguém mais entrava, só à medida que outras saíssem. Eu tinha amigos que até brigavam comigo por causa disso - recorda. 

ESPUMA

Sobre as reformas na boate, Wilian informou que o tio não queria colocar espuma na boate para resolver o problema do barulho, que gerava reclamações dos vizinhos, mas que Elissandro foi orientado por engenheiros para colocar a espuma. 

- A briga maior do Kiko com os engenheiros é que ele não queria espuma. Aí no final falaram para ele que se não colocasse espuma não ia resolver (a questão de barulho com os vizinhos) - afirmou.

Essa afirmação vai contra o depoimento do engenheiro Miguel Ângelo Teixeira Pedroso, responsável pelo projeto acústico da Kiss. Pedroso garantiu que não recomendou o uso da espuma pelo fato de que o material não serve para isolamento acústico. 

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