data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
A segunda defesa a falar nos debates foi a de Marcelo de Jesus dos Santos, ex-vocalista da banda Gurizada Fandangueira. Tatiana Borsa iniciou a fala destacando ser a única bancada feminina entre os réus e saudou outras autoridades, com destaque para as mulheres, como a promotora Lucia Callegari, da acusação.
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Em seguida, a advogada mencionou a dor sobre a tragédia. Ela reiterou que é de Santa Maria e também sente dor.
- Ninguém sabe o que é a dor de Santa Maria, o que é a dor desses pais - disse.
Tatiana pediu que fosse exibida a foto do corpo de Danilo, integrante da banda que foi morto no incêndio. A imagem não foi exibida na transmissão do júri, a pedido de Tatiana. Ela argumentou que Marcelo e Luciano, os quais definiu como "pessoas humildes", não tinham intenção pelo que aconteceu. Neste momento, Luciano precisou sair do plenário.
- Imaginem: quem constrói um prédio. O prédio cai. Quem vai ser o responsável? - questionou a advogada sobre o dolo.
A defensora reiterou o compromisso de Marcelo com o julgamento. Ela disse que ele definiu como "missão" ter se recuperado da Covid-19 para poder ir ao júri.
DOLO
Assim como Jader Marques falou sobre Elissandro Spohr, Tatiana falou sobre a intenção de Marcelo. A argumentação sustenta que o réu não imaginava que o incêndio fosse acontecer.
- Marcelo jamais pensou, nem nos piores pensamentos dele, de tirar a vida de quem dava o seu sustento - afirmou.
Próximo do encerramento, Tatiana falou que sobre ter ido à Kiss e ter "sentido a energia pesada". Ela defendeu que o réu não é o que é definido pelo artefato que causou o fogo.
- A gente não pode querer justiça querendo a desgraça dos outros. A gente não pode entender que a justiça seja vingança. Marcelo jamais quis matar alguém. Jamais aceitou qualquer morte lá dentro - falou.
ABSOLVIÇÃO
A advogada argumentou que, ainda hoje, há descumprimentos de prevenção. Nesta parte da fala, Tatiana atribuiu a responsabilidade por isso a órgãos públicos, inclusive o Ministério Público.
- E ainda querer colocar a responsabilidade aos senhores (jurados), que vocês tem que condenar. Eu quero, sim, que vocês absolvam o Marcelo - disse.
Tatiana voltou a falar que é de Santa Maria e tem orgulho disse. Ela falou isso em contraponto ao que definiu como "dor", novamente, por a cidade ser marcada pela tragédia.
- Aqui aconteceu a tragédia por inércia dos órgãos públicos - falou se referindo ao que diz para as pessoas quando elas pedem para conhecer onde fica a Kiss.
INCÊNDIO
Tatiana criticou a acusação por ter dito que Marcelo não prestou socorro durante o incêndio. Ela reiterou que o ex-vocalista saiu da boate carregado pelo irmão e considerou que sugerir que ele voltasse seria desconsideração com a vida do réu.
- Todo mundo aqui quer justiça. Não é vingança. Jamais o Marcelo... O Marcelo nunca negou isso (o Sputnik). Eles até podem ter errado, mas nunca assumiram: "nós vamos matar" - falou, novamente reiterando a tese de que não houve dolo.
PSICOGRAFIA
A defesa apresentou mensagens tidas como psicografadas de vítimas do incêndio. Os textos foram apresentados em áudio com locução e trilha e foram retirados do livro "Nossa nova caminhada", publicado em 2014. O trecho destacado foi utilizado pela defensora para reforçar a tese que Marcelo não teve intenção pelo incêndio.
- Absolvam o Marcelo - encerrou.