26 escolas estaduais de Santa Maria farão paralisação integral hoje

Mesmo com o pagamento dos salários dos servidores públicos estaduais na última terça-feira, mais uma mobilização da categoria está marcada para esta quinta. Além de um ato público, que deve acontecer às 14h na Praça Saldanha Marinho, grande parte das escolas estaduais da cidade devem paralisar as atividades nesta quinta-feira.

O “Diário” fez um levantamento em 35 escolas estaduais de Ensino Básico, Fundamental e Médio de Santa Maria e, em 26 delas, não haverá aulas em função da mobilização. Sete escolas não irão parar, mas quatro delas funcionarão com períodos reduzidos. E, em duas, haverá paralisação parcial de turno ou de professores (veja quadros). Segundo o vice-diretor do 2º Núcleo/Cpers-Sindicato de Santa Maria, Dartagnan Agostini, a recomendação é que as escolas estaduais sigam atuando com turno reduzido.

– As escolas estão participando porque o governo pagou esse mês, mas está ameaçando não pagar no próximo – afirma Agostini.

Segundo o representante da Escola Maria Rocha no Conselho dos Sindicatos, Davi Martins, o objetivo é manter a mobilização até a próxima terça-feira, quando está prevista uma assembleia dos servidores estaduais em Porto Alegre. Martins garante que haverá recuperação das aulas:

– Estamos vendo o que está se acumulando para que possamos definir as estratégias. Na terça, saberemos se haverá greve ou não, mas tudo tem sido debatido também com os alunos, para que eles não sejam prejudicados – afirma Martins.

Mesmo correndo o risco de não conseguirem trabalhar todo o conteúdo das aulas até a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece nos dias 24 e 25 de outubro, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio da Escola Maria Rocha, João Paulo Carvalho, 18 anos, e Milena Ferreira, 17, afirmam que apoiam a mobilização dos professores. Mesmo que haja greve, João garante que haverá forma de ver o conteúdo.

– A apreensão é normal, claro que temos medo que tenha greve, que a gente precise passar de dezembro pra ver tudo, mas temos que ir recuperando. Assim que começaram os períodos reduzidos, eu me inscrevi no cursinho e tenho estudado ainda mais em casa – afirma João.

Segundo Milena, os professores têm se esforçado ao máximo para trabalhar e passar a maior parte possível dos conteúdos, mas ela garante que, se fosse professora, também não hesitaria em paralisar:

– Que estímulo o professor vai ter em dar aula se corre o risco de não receber? Todos que trabalham querem receber, eu também iria querer. Estou me dedicando fora da sala, para aprender tudo antes da prova, mas acredito que é um mal necessário toda essa situação.

Instituições definirão período de recuperação das aulas

Segundo a Coordenadora Regional de Educação, Iara Druzian, as escolas precisam cumprir 800 horas-aulas para o Ensino Fundamental e mil horas para o Ensino Médio, que devem ser distribuídas em 200 dias letivos. Iara afirma que a orientação é que cada escola defina como será feita a recuperação das aulas.

– As escolas precisam cumprir o que consta na Lei de Diretrizes e Bases. Cada direção tem a autonomia de decidir como será feita a recuperação, se aos sábados ou prolongando o ano – afirma Iara.

Grande parte das escolas consultadas pelo “Diário” afirmou que está estudando como será a recuperação. Segundo a diretora da Escola Santa Marta, professora Liane Rosa Lubini, o calendário inicial previa o término das aulas em 18 de dezembro, mas, caso necessário, poderá ser estendido até 31 de dezembro.

O que fazer no tempo livre

A pedagoga Elisiane Lunardi, professora e coordenadora do curso de Pedagogia da Unifra, explica que o ideal é que os alunos sejam atendidos na escola, no mínimo, nas quatro horas diárias previstas na legislação. Para amenizar os prejuízos dos dias sem aula, ou de tempo reduzido em sala de aula, é importante manter, e em alguns casos intensificar, a rotina d