Por volta das 7h desta segunda-feira (5), o serviços gerais Sérgio Rudimar Moraes dos Santos, 56 anos, desistiu de esperar o ônibus em uma das paradas do Bairro Minuano, e recorreu para uma corrida por aplicativo no valor de R$ 52 para o centro de Santa Maria. Ele e outras oito pessoas que também estavam na parada buscaram outras alternativas para chegar em seus compromissos. Mas não foi só eles. Cerca de 15 mil pessoas foram afetadas pela falta de ônibus devido a paralisação da Expresso Medianeira, que iniciou às 5h e finalizou volta das 9h15min.
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O valor de R$ 52 não estava nos planos de Moraes e de sua esposa. Ambos recorreram ao aplicativo para se locomover. Os compromissos obrigaram o deslocamento e o desembolso no serviço.
– Como eu tinha compromisso marcado aqui e ela não podia me atrasar, acabamos pagando. Tem que pagar. Assim como eu paguei, vários e várias pagaram. Hoje foi o dia do pessoal que trabalha com esse aplicativo encher o bolso. O prejuízo é grande e alguém tem que pagar por isso aí. E quem paga é quem pega o ônibus todos os dias– reclama Moraes.
Com menos ônibus, mais trânsito
A vendedora Fabiane Stelo Ludovig, 39 anos, foi a responsável por avisar a todos os colegas sobre a paralisação logo na primeira hora. Moradora do Bairro Boi Morto, soube da notícia por meio das redes sociais e pediu uma carona para chegar no trabalho, na Região Central do município. O trânsito também foi afetado pelo aumento do número de carros circulando.
– Cheguei e já mandei mensagem para todo mundo avisando. Eu sou uma das primeiras a chegar. Tinha bastante gente nas paradas. O trânsito então tava um caos. Acho que todo mundo pegou aplicativo. Hoje estava horrível o trânsito. Ônibus não vi nenhum – enfatiza Fabiane.
Paralisação
Cerca de 120 funcionários, entre motoristas e cobradores, participaram da mobilização. Cerca de 95 ônibus que saíram para as ruas nas quatro horas, afetando, principalmente, os bairros da Região Oeste, como Tancredo Neves, Nova Santa Marta, Parque Pinheiro, Urlândia e Passo das Tropas.
A categoria exige reajuste da inflação do período, de 4,17%, mais 6% referentes a perdas salariais durante a pandemia.
O que diz a ATU
Em nota, a ATU diz lamentar a ação do sindicato, mas reforça que depende do Executivo Municipal para regularizar os salários. Leia abaixo:
"Lamentamos a ação do sindicato. Mas dependemos da prefeitura para resolver a questão dos salários. A prefeitura não paga o subsídio desde janeiro. Deve mais de 7 milhões às empresas"
O que diz a prefeitura
"Nestas primeiras horas do dia, a prefeitura acompanha a manifestação da empresa - e seus desdobramentos - no sentido de não haver prejuízo aos usuários, uma vez que se trata de um serviço essencial para a população. Sobre o pedido de revisão salarial, trata-se de uma convenção coletiva, sendo uma situação entre empresas e sindicato."