Após mais de 4 horas de paralisação, motoristas e cobradores voltam ao trabalho em Santa Maria

colaborou Bibiana Pinheiro

Após mais de 4 horas de paralisação, motoristas e cobradores voltam ao trabalho em Santa Maria

Foto: Bibiana Pinheiro (Diário)

Após mais de 4 horas de paralisação e bloqueio em frente à garagem da Expresso Medianeira, desde as 5h desta segunda-feira (5), motoristas e cobradores decidiram voltar ao trabalho às 9h10min. Agora, os 95 ônibus que não haviam saído para as ruas devem retomar gradualmente a operação ao longo da manhã.

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A categoria exige o pagamento do reajuste salarial de 10%, já que a data-base é fevereiro. A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) alega que percentual não é possível, uma vez que a prefeitura não repassou o subsídio ao sistema de transporte.

Conforme Rogério Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos Rodoviários de Santa Maria e Região (Sitracover), cerca de 120 funcionários, entre motoristas e cobradores, participaram da mobilização. As linhas mais afetadas pela paralisação, que atendem bairros da Região Oeste, como Tancredo Neves, Nova Santa Marta, Parque Pinheiro, Urlândia e Passo das Tropas, devem ter o fluxo normalizado nas próximas horas. Ao todo, 15 mil passageiros foram afetados, a maioria da Zona Oeste.

Entenda

Cerca de 120 funcionários aderiram à paralisação na manhã desta segunda.Foto: Mateus Ferreira (Diário)

A categoria exige reajuste da inflação do período, de 4,17%, mais 6% referentes a perdas salariais durante a pandemia.

— A categoria está indignada com a situação. Ano passado, nós fizemos a mesma movimentação em junho. Hoje, nós temos estamos há três meses da data base, e o que nós recebemos de proposta é que eles não têm condição de dar o reajuste devido à prefeitura não fazer o repasse de R$ 6 milhões de janeiro até hoje. Inclusive, com a ameaça daqui a pouco de não poderem pagar o ticket. Então, é esse o motivo. Nós não estamos aqui contra a população, contra os passageiros. Nós queremos aqui o reajuste, que é justo — reforça.

Além disso, o sindicato não descarta a possibilidade de uma greve geral, envolvendo as seis empresas que integram o Consórcio SIM do município:

— Nós estamos indo nos terminais e conversando com a turma das outras empresas, e se a categoria entender que tem que parar num geral, é isso que vai acontecer. Quem decide isso é a própria categoria, mas se for dessa forma, vamos fazer da forma legal que deve ser feita.

O que diz a ATU

Em nota, a ATU diz lamentar a ação do sindicato, mas reforça que depende do Executivo Municipal para regularizar os salários. Leia abaixo:

"Lamentamos a ação do sindicato. Mas dependemos da prefeitura para resolver a questão dos salários. A prefeitura não paga o subsídio desde janeiro. Deve mais de 7 milhões às empresas"



O que diz a prefeitura

“A prefeitura de Santa Maria acompanha a manifestação da categoria de trabalhadores e condutores de veículos rodoviários realizada nas primeiras horas desta segunda-feira (5) e seus desdobramentos. Uma vez que se trata de um serviço essencial para a população, a falta de linhas prejudica o sistema público de transportes como um todo.

A prefeitura esclarece que o pedido de revisão salarial da categoria é um tema a ser tratado em convenção coletiva, entre empresas e sindicato, e independe da concessão de subsídio.

Ressalta-se que o município vem trabalhando com a concessão de subsídio tarifário ao transporte público coletivo urbano de passageiros no Município ao longo dos últimos quatro anos e que avalia, com o encerramento do 1º quadrimestre, a possibilidade de um novo subsídio – o que depende de avaliação econômico-financeira e da proposição de projeto de lei ao Legislativo.

O Executivo mantém constante diálogo com a concessionária do transporte coletivo, e prima por não onerar o usuário do transporte público, considerando também a sua capacidade de custeio da passagem.

Subsídio tarifário é o aporte financeiro para custeio do serviço de transporte coletivo público urbano de passageiros, com a finalidade de diminuir ou isentar o valor da tarifa pública cobrada dos usuários e incentivar a utilização do transporte público. O subsídio ocorre a partir da compensação financeira dos impactos decorrentes do custo real da tarifa. A iniciativa faz parte das políticas públicas voltadas ao transporte coletivo, que já resultaram na redução da tarifa do transporte público por três vezes desde 2022 e, atualmente, mantém estabilizado o valor da passagem para o usuário do transporte.”

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