Foto: Mateus Ferreira (Diário)
A Expresso Medianeira, empresa que opera 60% dos ônibus de transporte coletivo de Santa Maria, paralisou as atividades das 5h até as 9h10min desta segunda-feira (5). Com isso, 95 ônibus deixaram de circular e cerca de 15 mil passageiros foram afetados. A categoria exige o pagamento do reajuste salarial, já que a data-base é fevereiro. A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) alega que percentual não é possível, uma vez que a prefeitura não repassou o subsídio ao sistema de transporte.
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Conforme Rogério Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos Rodoviários de Santa Maria e Região (Sitracover), cerca de 120 funcionários, entre motoristas e cobradores, participaram da mobilização em frente à garagem da empresa. O objetivo inicial era de retomar o serviço às 8h30min. No entanto, a paralisação foi encerrada às 9h10min.
A categoria exige reajuste da inflação do período, de 4,17%, mais 6% referentes a perdas salariais durante a pandemia.
— A categoria está indignada com a situação. Ano passado, nós fizemos a mesma movimentação em junho. Hoje, nós temos estamos há três meses da data base, e o que nós recebemos de proposta é que eles não têm condição de dar o reajuste devido à prefeitura não fazer o repasse de R$ 6 milhões de janeiro até hoje. Inclusive, com a ameaça daqui a pouco de não poderem pagar o ticket. Então, é esse o motivo. Nós não estamos aqui contra a população, contra os passageiros. Nós queremos aqui é o reajuste justo — reforça.
Ao vivo na Rádio CDN 93.5FM, Costa disse que maior parte dos veículos paralisados atende linhas da Região Oeste de Santa Maria, como os bairros Tancredo Neves, Nova Santa Marta, Parque Pinheiro, Urlândia e Passo das Tropas. Segundo ele, os únicos ônibus que saíram foram os fretados para atender empresas da cidade, como frigoríficos e serviços de limpeza e higienização. Nesse caso, 20 veículos operaram normalmente.
O que diz a ATU
Em nota, a ATU diz lamentar a ação do sindicato, mas reforça que depende do Executivo Municipal para regularizar os salários. Leia abaixo:
"Lamentamos a ação do sindicato. Mas dependemos da prefeitura para resolver a questão dos salários. A prefeitura não paga o subsídio desde janeiro. Deve mais de 7 milhões às empresas"
O que diz a prefeitura
“A prefeitura de Santa Maria acompanha a manifestação da categoria de trabalhadores e condutores de veículos rodoviários realizada nas primeiras horas desta segunda-feira (5) e seus desdobramentos. Uma vez que se trata de um serviço essencial para a população, a falta de linhas prejudica o sistema público de transportes como um todo.
A prefeitura esclarece que o pedido de revisão salarial da categoria é um tema a ser tratado em convenção coletiva, entre empresas e sindicato, e independe da concessão de subsídio.
Ressalta-se que o município vem trabalhando com a concessão de subsídio tarifário ao transporte público coletivo urbano de passageiros no Município ao longo dos últimos quatro anos e que avalia, com o encerramento do 1º quadrimestre, a possibilidade de um novo subsídio – o que depende de avaliação econômico-financeira e da proposição de projeto de lei ao Legislativo.
O Executivo mantém constante diálogo com a concessionária do transporte coletivo, e prima por não onerar o usuário do transporte público, considerando também a sua capacidade de custeio da passagem.
Subsídio tarifário é o aporte financeiro para custeio do serviço de transporte coletivo público urbano de passageiros, com a finalidade de diminuir ou isentar o valor da tarifa pública cobrada dos usuários e incentivar a utilização do transporte público. O subsídio ocorre a partir da compensação financeira dos impactos decorrentes do custo real da tarifa. A iniciativa faz parte das políticas públicas voltadas ao transporte coletivo, que já resultaram na redução da tarifa do transporte público por três vezes desde 2022 e, atualmente, mantém estabilizado o valor da passagem para o usuário do transporte.”