“Serei candidato a governador e não um governador candidato”, afirma Eduardo Leite sobre pré-candidatura à reeleição

Um dia após anunciar a pré-candidatura à reeleição para o governo estadual, Eduardo Leite (PSDB) participou do programa CDN Entrevista, da CDN, em uma conversa exclusiva. O ex-governador fez um balanço do que considerou como avanços realizados durante o seu governo de três anos. Leite reiterou que por não estar mais na administração do Estado, não se aproveitará de um cargo público para a reeleição. O pré-candidato ainda respondeu perguntas sobre o pleito para a presidência.

Entrevista completa do ex-governador Eduardo Leite (PSDB) ao programa CDN Entrevista, da CDN, conduzida por Pedro Pavan e Jaqueline Silveira em 14 de junho de 2022.

Eduardo Leite iniciou a conversa sustentando a atuação positiva da sua gestão mesmo durante a pandemia da Covid-19. “Neste período, mesmo com pandemia, trabalhamos e conseguimos reverter uma situação nas contas do Estado que eram dramáticas”, afirmou.

Na sequência, Leite foi questionado sobre o fato de estar disputando uma reeleição, algo que publicamente ele dizia ser contrário. Na segunda-feira, ele chegou a afirmar em nota que havia mudado de ideias, mas não de princípios.

– Minha crítica à reeleição sempre se centrou em função do uso que eventualmente tem, de que muitos políticos acabam usando o cargo, a cadeira, a máquina, em favor da sua própria candidatura em uma reeleição. Eu só me sinto à vontade para me apresentar para a população novamente porque serei candidato a governador e não um governador candidato – respondeu aos entrevistadores.

Sobre os próximos quatro anos, o tucano defendeu a continuidade do atual projeto de governo, elogiando também a atuação do seu ex-vice e atual governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).

– A agenda que está apresentada e o projeto que nós apresentamos ao Estado é o que foi compreendido com base no diálogo, no entendimento, sem enfrentarmos uns aos outros.

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“Se eu quisesse ser um candidato à presidência da República a todo custo eu tinha caminhos para isso“

Eduardo Leite respondeu questionamentos sobre a tentativa de concorrer ao cargo de presidente da República. Ainda em março desde ano, ele renunciou ao governo do Estado para concorrer ao cargo nacional. Porém, após perder nas prévias do PSDB para o ex-governador de São Paulo João Doria, o futuro político do tucano gaúcho estava incerto.

– Se eu quisesse ser um candidato à presidência da República a todo custo eu teria caminhos para isso. Foi-me apresentada a oportunidade, inclusive de outro partido político. Não se trata sobre ser candidato, é sobre ajudar a construir uma alternativa ao Brasil. E essa alternativa se constituiu com as condições de convergência, no nome da senadora Simone Tebet, entre o MDB e o PSDB. O PSDB continua com a sua aspiração de protagonizar, mas reconhece que, eventualmente, é necessário ceder, fazer concessões.

Leite também criticou projetos de governo tanto nos campos ideológicos da esquerda quanto da direita:

– Nós vamos enfrentar a esquerda que tem um projeto que consideramos equivocado. Tem pouco compromisso com a responsabilidade nas contas, pouca afinidade conosco na visão sobre qual é o tamanho e o papel que o Estado deve ter. E a direita, que além de questionarmos sua capacidade de gestão e de conseguir ter também um Estado equilibrado, porque estamos vendo nacionalmente que o país passa por uma situação grave e difícil do ponto de vista administrativo e de gestão.

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Já sobre o possível desgaste na imagem após ter renunciado ao governo do Estado e perdido as prévias do partido, ele reiterou que os demais candidatos devem falar sobre renúncia e reeleição, pois não querem falar sobre as melhorias realizadas no seu governo. A situação deve ser explorada pelos adversários de Eduardo Leite durante a campanha eleitoral.

Com o anúncio de que concorrerá a reeleição, Leite deve disputar o cargo com nomes como Edegar Pretto (PT), Beto Albuquerque (PSB) e Luiz Carlos Heinze (PP). O tucano também leva para a disputa o fato de que, pelo menos até agora, nenhum governador do Rio Grande do Sul foi reeleito.

Denzel Valiente, [email protected]

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