Foto: Beto Albert (Diário)
A fotógrafa Amanda Pizarro Piffero, 30 anos, pouco conseguiu entender a ligação que recebeu do seu avô, nesta terça-feira (30). As palavras se misturavam à alegria pela aprovação da neta em primeiro lugar no curso de Medicina na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A fotógrafa soube da conquista no início da manhã, quando saiu a lista do Sisu, Sistema de Seleção Unificada. Após a consulta nas primeiras horas da terça, Amanda e todos os outros candidatos não conseguiram mais acessar as notas, já que o site apresentou "problemas técnicos" em função da alta demanda. A previsão é que o sistema volte a funcionar nesta quarta-feira (31).
Depois de participar de dois vestibulares da UFSM, foi na segunda tentativa pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que Amanda conseguiu passar. A preparação teve início em março de 2022, e envolveu muita dedicação, principalmente porque estudou em casa, sem cursinho. Para ela, o diferencial foi ter passado pelo curso de Engenharia de Produção, na qual é formada desde 2019 pela UFSM.
– Estudava quatro horas por dia, porque era mais eficiente. Como eu já sou um pouco mais velha do que o vestibulando tradicional, acredito que carrego uma maturidade maior para levar os estudos mais a sério, e também organizar os estudos de uma forma mais inteligente. A faculdade também me ajudou no pensamento matemático. Tanto que eu fiz nota máxima nessa área – detalha Amanda.
O psicológico também foi parte importante. Amanda indica que buscou seguir nas redes sociais mulheres mais velhas, que já trabalhavam e obtiveram sucesso. “Se elas podem, eu também posso” – ela destaca.
“Mente inquieta não cansa de estudo”, diz companheiro
O noivo Matheus Cargnin, 34 anos, acompanha Amanda há oito anos. Desde a graduação até a atual aprovação.
– Parece que sou um pai de vestibulando. Fico na frente dos prédios em dia de prova, para caso ela precise de algo, como caneta. Durante a prova, fico pensando se já começou, se a sineta já tocou. Compartilho da expectativa. Ela tem uma mente inquieta, não cansa do estudo, tem que fazer outra graduação mesmo – relata Cargnin.