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Enquanto existe a demanda pelo retorno do ensino presencial, a realidade acusa os entraves para que isso aconteça. Em primeiro lugar, a própria pandemia que ainda persiste e o risco de contágio do coronavírus é um medo de trabalhadores das escolas. Além disso, os reflexos do momento pandêmico se instauram no cenário de escolas. A rede municipal retomou as aulas no começo de março. Em uma semana, escolas tiveram que ir atrás de alunos que não retornaram às salas virtuais ou não foram até as escolas para retirada de material. Direções e professores fazem a chamada "busca ativa" dos estudantes para incluí-los no ano letivo, mas já percebem como a pandemia afetou direta ou indiretamente na participação das crianças no ano escolar.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Sergio Lopes, no Bairro Renascença, a lista de chamada teve aumento no número de ausentes, mas não foi por estudantes que não quiseram voltar às aulas. O que a diretora Andreia Schorn chama de "reorganizações" foi um movimento causado pela pandemia e que afastou estudantes da escola.

- No final do ano, algumas crianças já estavam cansadas, com problemas, tanto de ordem alimentar em casa quanto no desespero de que a Covid circulava. Algumas famílias perderam entes queridos. Outras também ficaram tumultuadas porque, em função de reduzir renda e emprego, as pessoas se reagruparam. Em algumas casas, são muitas crianças, se juntaram duas famílias para morar no mesmo lugar, reduzir custo - exemplifica a diretora.

outros problemas

Além disso, também foi comum, segundo Andreia, estudantes de outras localidades que deixaram de procurar os materiais impressos no prédio da escola por falta de dinheiro para o transporte. No começo do ano letivo de 2021, a busca ativa foi mais difícil, já que o próprio retorno foi dificultado. Na Sergio Lopes, sete crianças não voltaram.

- Começamos a buscar essas crianças. É um trabalho de boca a boca. É chegar no vizinho, perguntar onde está morando agora, se alguém tem o telefone - conta Andreia.

Em um caso, a diretora conseguiu o contato da amiga da mãe do aluno. A partir disso, ela falou com uma vizinha da família, que havia se mudado para outra comunidade. Assim, a mãe foi contatada. Ela havia perdido a linha de celular antiga e o contato da escola.

- Combinamos um horário possível para entrega do material físico. Comemoramos no grupo dos professores porque achamos estudantes - Andreia lembra emocionada.

BUSCA ATIVA

É a estratégia do município, com uma rede de diferentes órgãos, para garantir continuidade nos estudos

Em formulário, foi mensurado que 1.088 alunos estavam ou não localizados ou pararam de fazer as atividades até o final de 2020

Esse número representa 6,5% do total da rede municipal, que é de 16,5 mil entre Educação Infantil e Ensino Fundamental

A taxa de retorno pelas famílias dos alunos "buscados" é de 65%

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