O vereador do PT de Santa Maria, Daniel Diniz, elevou o tom contra o colega Tavores Fernandes (DEM). Diniz subiu à tribuna, na tarde desta quinta-feira, durante a sessão plenária da Câmara e fez uma acusação contra o parlamentar Tavores. Segundo Diniz, o colega não quis dar seguimento a uma possível abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar "indícios de ilicitudes no uso do maquinário agrícola nos distritos de Santa Maria". Os dois e mais a colega Anita Costa Beber (PR) compõem uma comissão que tem, por objetivo final, avaliar a situação dos distritos da zona rural do município.
_ O senhor (em referência a Tavores) sobe nesta Tribuna e quer pregar moral e falar em ética. É isso mesmo? Devo lembrá-lo que o senhor, dias atrás, não quis dar prosseguimento à abertura de uma CPI para investigar indícios reais de ilicitude no uso de maquinário agrícola da prefeitura nos distritos da zona rural. Vimos que há total falta de controle do maquinário. O senhor disse "não" para uma CPI _ asseverou Diniz.
O petista falou à reportagem que Tavores não quis dar seguimento à comissão porque, segundo Diniz, a Secretaria de Desenvolvimento Rural é comandada por um filiado do DEM: Rodrigo Menna Barreto. Ao "Diário", Menna Barreto falou:
_ Sempre me dispus a atendê-los (vereadores da comissão). Os parlamentares fizeram questionamentos sobre as patrulhas agrícolas e dei todas as explicações pertinentes. Há patrulhas com convênio vigentes e outras com convênios vencidos. Explico: Muitas patrulhas, hoje, funcionam por meio de parcerias entre a prefeitura e as associações de pequenos agricultores e que, inclusive, tem um documento que é um termo de permissão de uso dado pelo Executivo. Tudo devidamente acordado e dentro da lei, sem qualquer margem para leitura ou interpretações de irregularidade. E mais: em todas as situações, os subprefeitos sabem da realidade dos distritos e nos atualizam permanentemente.
Ao "Diário, Tavores se limitou a dizer que não comentaria o caso.
O contexto das declarações
A discussão entre Diniz e Tavores Fernandes teve como pano de fundo uma moção de repúdio apresentada pela bancada do DEM - Tavores Fernandes e Manoel Badke - contra o decreto presidencial que limita os poderes das Forças Armadas. Tavores, em seu pronunciamento, acusou o PT "de aparelhar as Forças Armadas". O vereador ainda disse que o PT e o MST estão alinhados em práticas para desestabilizar a democracia do país.
Na mesma linha, outros dois vereadores, Badke e Ricardo Vargas (PSDB), se somaram a Tavores e dispararam críticas ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff.
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