Economia

Quilo da carne varia até 200% em nove supermercados de Santa Maria

Mariana Fontana

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Na lista dos alimentos mais consumidos, o gasto médio com carne chega a representar 20% da conta mensal dos santa-marienses nos supermercados, de acordo com levantamento do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), ligado ao Cursos de Ciências Econômicas do Centro Universitário Franciscano. E a tendência é que haja novos aumentos nos próximos meses. Para alguns tipos de cortes, a variação nos mercados da cidade passa de 200%.

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O ''Diário'' fez uma pesquisa, entre os dias 19 e 20 de abril, em nove supermercados da cidade. A seleção incluiu os seis cortes de carne bovina mais vendidos: costela minga, vazio, guisado de primeira e de segunda e da paleta com osso e sem osso. O guisado de primeira foi o produto com a maior variação. O preço do quilo foi de R$ 9,38 (somando cada bandeja de 500g, que custa R$ 4,69) a R$28,90 entre os supermercados pesquisados – oscilação que chega a 208%. E o guisado de segunda também teve um aumento expressivo: 169% nas redes consultadas (veja a lista abaixo).

Conforme o economista e coordenador do ICVSM, Mateus Frozza, a inflação atingiu a todas as classes econômicas. Por exemplo: a carne moída de primeira, que em 2015 tinha um preço médio de R$ 16,45 e que era uma alternativa à crise, em 2016, passou a ser vendida pelo valor médio de R$ 24,99, o que representa uma variação de 52% no valor total. A oscilação também é perceptível em outras variedades, como a costela e a paleta com osso. Na primeira opção, o preço médio do corte era de R$ 13,51, em 2015, e subiu para R$ 14,59, em 2016. Já a paleta com osso passou de R$ 11,46, em 2015, para R$ 14,59, em 2016.

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Segundo o economista, a questão da oferta e da demanda e as variações de temperaturas são itens que influenciam no alto preço dos produtos. E as expectativas não são animadoras, já que as projeções indicam para um novo aumento significativo nos cortes bovinos nos próximos meses.

– Boa parte da demanda interna está deslocada para a demanda externa. Estão exportando muita carne sem osso, e aqui ficam as com osso. A demanda é muito maior que a oferta e isso tende a impactar no mercado interno – destaca Frozza.

Foto: Arte DSM

O economista José Maria Pereira complementa que a valorização do dólar também influencia a exportação, favorecendo o comércio da carne fora do país e, consequentemente, aumentando os preços internos. Ainda segundo Pereira, o aumento pode estar relacionado também com a redução na concorrência entre os frigoríficos:

– O que a gente tem observado é que não existe concorrência. Só tem grandes frigoríficos que colocam o preço lá em cima. Carne, antes, não tinha publicidade e hoje há um exagero, passou a ser um artigo de grife.

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Frozza ainda pondera:

– Além disso, a tendência de aumentos de preço da carne tem relação direta com as pastagens. As temperaturas estão ficando mais baixas, e a tendência é que isso influencie no preço, inclusive do leite. A gente vê que a vari"

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