Produção de vinho diversifica a economia de São Sepé

Os ondulados campos de São Sepé, ocupados costumeiramente por soja, arroz e pela pecuária, vêm ganhando um componente inédito em sua paisagem nos últimos anos. Assim como ocorreu na Campanha e na Fronteira Oeste há 30 anos, os vinhedos começam a pontilhar o terreno de propriedades rurais do interior do município.

O caso mais relevante do fortalecimento da produção de uvas para produção de vinhos é a de Izidoro Evangelho, 54 anos. Depois de trabalhar anos em vinhedos na região, ele resolveu apostar em uma produção própria e reservou um dos seus 180 hectares para o plantio de uvas merlot, com mudas importadas da França.

Desde 2006, ele planta as vinhas e começa a diversificar a economia da propriedade rural em que vive com a mulher. Na última safra, colhida em fevereiro, foram colhidos 10 mil quilos de uva. Quase toda essa quantidade foi vendida para terceiros. Um pouco serviu para fazer o vinho rosé artesanal que começa a ser vendido em São Sepé.
- É uma maneira de ganhar um dinheiro extra. Além de ter a colheita da soja, temos a uva, o vinho - diz Izidoro.

As uvas vendidas por Evangelho são enviadas para um produtor francês que produz vinhos na Campanha Gaúcha.

Cidade foi incluída em projeto de fomento da vitivinicultura

Atualmente, conforme a prefeitura, existem pelo menos 10 produtores de uvas para vinho em São Sepé. Um levantamento feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vai fazer uma radiografia do setor no município para poder potencializar o setor ainda mais.

O programa Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável da Vitivinicultura no Arco da Fronteira Sul vai fazer um levantamento preciso da produção de uva em municípios da Região Sul. A intenção do programa, que tem apoio do governo do Estado, é fomentar a produção vitivinícola em diferentes regiões dos Estados do Sul, assim como já ocorre na Serra Gaúcha e na Campanha.