Virada de mesa

Os bastidores da eleição do presidente da Câmara de Santa Maria

Leandro Belles

"

A vitória do vereador Sérgio Cechin (PP) na disputa pela presidência da Câmara de Vereadores, ocorrida no dia 30 de dezembro, foi marcada pela mudança de lado de pelo menos seis parlamentares na última hora. Mas engana-se quem pensa que essa manobra é inédita. A disputa pelo comando do legislativo já foi palco de inúmeras trocas de lado que pegaram de surpresa os mais experientes políticos. Além de 2014, a mudança ocorreu também no ano anterior e pelo menos, em 2003 e 2002, com supresas e vitórias apertadas.

Nesse último pleito, nomes que eram do bloco de oposição (Anita Costa Beber, PP, Deili Silva, PTB, e Tavores Fernandes, DEM) juntaram-se com a ala governista. Na contramão, os representantes do PP (Paulo Denardin, Sandra Rebelato e Sergio Cechin) votaram com a oposição garantindo a vitória do grupo comandado por PT e PSDB. A mudança de rota do PP, principal sigla da base de apoio ao prefeito Cezar Schirmer (PMDB), surpreendeu.

Em 2013, a oposição, capitaneada por PT e PSDB, teve maestria para tirar das mãos do PMDB e do PP (e de outras siglas aliadas) a chefia da Mesa Diretora conquistando os votos de Anita, Deili e Tavores.

A eleição de 2003 foi uma das mais polêmicas eleições da Casa. Na ocasião, o vereador Gilson Souza (PMDB),  já falecido, estava afastado do cargo há seis meses por causa de um AVC e foi levado de cadeira de rodas ao plenário na hora da votação para garantir a vitória de Paulo Denardin (PP). Na época, a atitude foi condenada por aliados e inimigos.
- Foi uma baixaria sem tamanho - alfineta um parlamentar da época que pediu para não ter o nome revelado.

Em 2002, o vereador Cláudio Rosa (PMDB) deixou a situação no dia da votação para se unir à oposição e ser eleito presidente. Conforme o presidente atual, Sérgio Cechin, a parceria de siglas opostas dentro do Legislativo é um ato natural da política.
- Foi um acordo administrativo. O PP continua governo.

Oposião é questionada

Nos bastidores, as teorias sobre a vitória da oposição são inúmeras. Uma delas, do líder do governo na Câmara, João Carlos Maciel (PMDB), é de que Schirmer sai fortalecido.
- Eu te pergunto: qual é oposição que vai ter lá dentro?

Conforme o peemedebista, o trio progressista, somado aos três nomes que abandonaram a oposição nessa votação, fortalece Schirmer no parlamento. Situação, aliás, comemorada.
- Se tínhamos 10 votos o ano passado todo, hoje temos 13 votos - disse Sandra Rebelato.

Para o líder da oposição, Luciano Guerra (PT), a oposição não perde em nada.
- O PT segue oposição. Fizemos um acordo administrativo com o PP - resume o petista.

A vereadora Marta Zanella (PMDB), que era cabeça de chapa do grupo derrotado, minimizou o caso à reportagem, apesar de ter chamado a articulação de "velha política" na rede social. Comedida, ela diz apenas que a tensão foi desnecessária.

"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Carteiras de trabalho voltam a ser emitidas nesta segunda-feira

Próximo

Exército abre vagas para cabo temporário em Santa Maria

Economia