Futuro do transporte ferroviário é debatido em Santa Maria

O futuro do transporte ferroviário no Rio Grande do Sul foi tema de audiência pública, nesta segunda-feira, na Câmara de Vereadores de Santa Maria. 

Um dos principais entroncamentos ferroviários do Estado, o Coração do Rio Grande é um dos municípios que assiste ao desmonte desse modal de transporte de cargas, segundo críticos das concessões à iniciativa privada. 

A afirmação de que há abandono é contestada pela Rumo, empresa que surgiu a partir da fusão com a América Latino Logística (ALL). Em nota, após a reunião desta segunda-feira, a empresa reiterou investimentos no Estado e em Santa Maria. 

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A audiência pública foi promovida pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa.

A proposta de debater a situação da malha ferroviária gaúcha é do deputado estadual Edu Olivera (PSD).

A discussão envolve oito municípios: Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Rio Grande e Santana do Livramento.

– Ou a empresa garante o bom funcionamento das ferrovias ou vamos trabalhar para que a renovação de concessão não aconteça – diz Olivera, que propõe a criação da Companhia Gaúcha de Ferrovias via parceria público-privada (PPP).

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O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Osmar Veronese, que atua em Santo Ângelo, já ingressou com 14 inquéritos civis públicos somente no município das Missões. 

Ele também coordena dois inquéritos em nível nacional questionando situações como o não cumprimento de obrigações pelas empresas. 

Além disso, ele atua na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei que permite a renovação antecipada das concessões.

– Vamos tentar trancar um pouco esse processo – comenta.

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Por meio de sua assessoria de imprensa,  a Rumo enviou nota ao Diário informando que investiu R$ 4 milhões "para viabilizar a transferência das operações de manutenção de locomotivas para a nova estrutura em Santa Maria". 

Ainda na cidade, a empresa aplicou R$ 768 mil em melhorias, entre elas a revitalização de vagões, além de outros investimentos menores. 

E a previsão para 2018 é de investir R$ 2,3 milhões "em continuidade ao trabalho de melhorias no Rio Grande do Sul". 

Também participaram da audiência, entre outros, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT),  o vice-prefeito Sergio Cechin (PP),  e representantes locais da Rumo.

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FORA DOS TRILHOS

– Dos 28 mil quilômetros de estradas de ferro concedidas pela União à iniciativa privada, 16 mil quilômetros estariam abandonados

– R$ 40 bilhões é o prejuízo estimado com o abandono da malha ferroviária

– Em 5 anos, o transporte de cargas nas ferrovias do Rio Grande do Sul teve queda de 43%

– Só em Santo Ângelo, o MPF abriu 14 inquéritos civis públicos para investigar a situação

– 2 inquéritos nacionais investigam concessões no Brasil