Proposta polêmica

Ex-candidato sugere cortar pela metade salário de vereadores em Santa Maria

Marcelo Martins

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No final da tarde desta terça-feira, o estudante de Direito e militante político Tiago Aires – ex-candidato a prefeito pelo PSol e, agora, integrante da Rede Sustentabilidade – protocolou um projeto sugestão na Câmara de Vereadores de Santa Maria que visa cortar em 50% o salário dos parlamentares da Casa.

A ideia dele é que o vencimento saia dos atuais R$ 8.711,51 para R$ 4.355,55. No entendimento de Aires, os 21 vereadores recebem muito em comparação com o resto da sociedade. O projeto sugestão deve ser colocado em apreciação pela Procuradoria Jurídica da Câmara para, depois, ser avaliado pelos vereadores. Se aprovada, a redução teria validade para o próximo ano, segundo Aires. Contudo, ele ressalva:

– O interessante seria que essa legislatura já assumisse uma postura diferente e aceitasse cortar os seus salários. Afinal, eles não devem viver disso (vereança), não é? Mas, claro, se acharem que é um sacrifício muito grande, então, que passe a valer a partir da próxima legislatura (2017-2020).

O militante partidário sustenta que a redução em 50% representaria uma economia de até R$ 1 milhão por ano aos cofres públicos. Outra proposta que consta no projeto sugestão é que a cota combustível - de 200 litros (por mês) – seja extinta e, em seu lugar, os vereadores ganhem vale-transporte:

– O cidadão comum trabalha todo o dia e anda de ônibus. Se lá é a Casa do Povo nada melhor que eles (vereadores) façam como o povo e andem de ônibus. Sem dizer que essa cota combustível é algo nebuloso. Quem, afinal, vai dizer que eles não usam (a gasolina) para seu carro particular?

A última proposta de Aires é que seja reduzido pela metade o subsídio de quem preside a Câmara, que tem acrescido ao salário o montante de mais R$ 2 mil por mês. Com isso, o valor passaria para R$ 1 mil mensais.

Provocador, Aires sustenta que os parlamentares são pouco produtivos e, por consequência, o salário não poderia ser tão alto:

– Isso é um privilégio escancarado. Um deboche. Ganhar quase R$ 9 mil por mês e comparecer apenas duas vezes por semana em sessão plenária. É preciso combater privilégios e colocar essa discussão em pauta. 

Presidente da Câmara fala em demagogia

Um dos mais experientes e com mais tempo de vereança, o presidente da Câmara, Sergio Cechin (PP), diz não ter sido comunicado do projeto sugestão. Ele pondera que a proposta será analisada pela Casa. Mas acredita que há uma nítida manobra política de Aires:

– Aqui é uma casa democrática. Vamos receber essa proposta e, obviamente, analisá-la. Mas, agora, uma coisa deve ficar bem claro: não se pode fazer demagogia mas, sim, ter bom senso. O que me parece é que se tenta colocar interesses partidários e pessoais acima da comunidade. Agora, será que reduzir os salários pela metade dos vereadores irá resolver os problemas do país, do Estado e do município? Acredito que a remuneração tem que ser condizente, mas reconheço que há muitos profissionais que deveriam ter uma remuneração melhor.

Quanto à produtividade, Cechin eleva o tom e diz que a Casa é produtiva e, sim, os vereadores trabalham pela comunidade:

– Eu chego na Câmara às 8h e só saio às 18h. É bom que se diga que temos sessões plenárias, reuniões de comissões e ainda audiências públicas. Sem dizer que os vereadores estão sempre dispostos a atender aos cidadãos, fora e dentro da Câmara.

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