Em recuperação após cirurgia, Valdeci virou militante do tema câncer de próstata

Ainda em recuperação de uma cirurgia realizada no começo de janeiro para a retirada da próstata, que estava 20% comprometida por um câncer, Valdeci Oliveira (PT) diminuiu o ritmo de viagens pelo Estado, e tem se revezado entre o trabalho na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, e no escritório regional do mandato, em Santa Maria. Com 57 anos, 30 anos de Partido dos Trabalhadores, e agora avô de uma menina de sete meses, após a doença afirma que virou um militante do tema câncer de próstata. Valdeci ainda comenta que é cedo para falar em nomes para o pleito municipal de 2016, mas não descarta a própria candidatura.

Para ele, a crise nacional do partido se dá por fatos isolados de corrupção, e defende a sigla com unhas e dentes afirmando que o legado do partido é maior do que os escândalos. 
O deputado ainda critica o o governo Sartori, classificado como "vazio",  sem propostas e adepto a uma política que nunca deu certo: a de cortes e sucateamento do serviço público.

Na próxima terça-feira, ele assume a presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia e também será membro da Comissão de Educação. Entre as prioridades do mandato de dois anos na saúde, ele coloca o hospital regional e a atenção a saúde básica.

Diário de Santa Maria _ Como o senhor avalia a crise no PT? A extinção das correntes internas pode fortalecer o partido?
Valdeci Oliveira _ Setores do PT foram atraídos e envolvidos em episódios de corrupção, e essa prática vai continuar sendo repudiada, como sempre foi. Mas não podemos julgar o PT por episódios que alguns se envolveram. O PT precisa continuar defendendo seu legado e sua história. O partido é feito de pessoas que podem ser corruptíveis como qualquer outro setor da sociedade. Quem se envolveu com isso, precisa ser punido com rigor, doa a quem doer. (...)As correntes são históricas, mas elas não podem ser maiores do que o partido. As pessoas têm me perguntado de que corrente sou, tenho respondido que estou "desacorrentado".

Diário _ O senhor acredita na possibilidade de impeachment da presidente Dilma?
Valdeci _ Vivemos num país democrático, mas temos que respeitar a vontade popular do voto. Fora isso, é o que a oposição tem tentado fazer antidemocraticamente, querendo um golpe. Que ganhe disputando no voto, mas, no tapetão e na base do golpe, eles não vão levar, e a sociedade não vai aceitar.

Diário _ Na próxima terça-feira, o senhor assume a presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Como será o trabalho?
Valdeci _ Já solicitei uma audiência pública para a região sobre a questão sanitária dos produtos da agricultura familiar, que tem dado algumas polêmicas. Na terça, no dia da posse, já vou apresentar o requerimento para a audiência pública sobre o hospital regional. Estarei envolvido também com as questões do Samu, UPAs, ESFs, saúde do trabalhador e programa Mais Médicos. Também virei militante do tema câncer de próstata, porque ainda existe muita falta de informação, preconceito e machismo. Minha experiência pode servir como exemplo para que ninguém morra da doença.

Diário _ Que avaliação o senhor faz do governo Sartori?
Valdeci _ O Sartori não apresentou nenhuma proposta ou projeto para o Estado. Até agora, foi um governo vazio, não sabemos o rumo do trabalho do governo. Só falam das dificuldades financeiras, mas não apresentam alternativas. O governador quer acabar com o aeromédico, mas ao mesmo tempo pega helicóptero para ir numa feijoada. Ele corta a Secretaria de Políticas para as Mulheres, mas cria uma secretaria especial para a mulher dele. A única ação concretada do Sartori, até agora, foi ter ido ao hospital doar sangue em Porto Alegre. Ele continua com a mesma conversa da campanha, não tem nada para apresentar. Os maiores avanços que tivemos no Estado em políticas sociais, respeito aos servidores e melhoria da qualidade do serv"