Decisão de fechar os mercados aos domingos não teria sido consenso

A convenção trabalhista ocorrida na última semana que proíbe, pelos próximos dois anos, os mercados de abrirem aos domingos ainda gera polêmica na cidade. Não foram poucas as manifestações contrárias e a favor da decisão tomada pelo sindicato dos supermercadistas, o Sindigêneros, em acordo com o sindicato dos comerciários, o Sindicomerciários, de proibir a abertura dos estabelecimentos. O Diário ouviu os representantes de mercados da cidade e encontrou argumentos e opiniões diferentes, o que contraria a tese inicial de que a decisão teria partido de um consenso entre os empresários, de acordo com o presidente do Sindigêneros, Eduardo Stangherlin.

Nas reuniões promovidas pelo Sindigêneros antes da convenção, mais de 10 empresários e representantes de redes teriam participado das discussões. Entretanto, pelo menos quatro deles teriam se manifestado contrários à proibição de abertura aos domingos. Segundo o proprietário do mercado Dellinghausen e sócio do mercado Nativo, que fazem parte da rede Central Mais, Itamar da Rosa Dellinghausen, as redes Carrefour, Wallmart, Rede Vivo e Central Mais teriam votado pela possibilidade de abrir aos domingos. Consultados, Carrefour, Walmart e Rede Vivo não tinham informado o voto (veja ao lado a posição oficial das empresas).
- A intenção dos que eram a favor era apenas proibir os mercados grandes de abrir para que eles não tenham faturamento nesse dia. Muitas pessoas vêm de outras cidades do interior, principalmente, aos domingos, para fazer compras. Se os grandes abrissem, com lojas maiores e algumas vezes com mais opções, acabariam atraindo a maior parte dos consumidores - revela Dellinghausen.

Os argumentos do supermercadista contrapõem o afirmado pelo presidente do Sindigêneros há uma semana, quando disse que a decisão seria um consenso da categoria. Procurado pela reportagem para comentar a afirmação, Eduardo Stangherlin disse que não falaria mais sobre o caso. Os empresários que votaram por não abrir aos domingos ressaltaram os prejuízos e questões trabalhistas:
- Os mercados perderão, mas o fechamento é uma tendência em várias cidades. Das nove cidades que temos lojas, cinco não abrem aos domingos (Alegrete, Dom Pedrito, Candiota, Canguçu e Santa Maria) - afirma o presidente do grupo Peruzzo, Lindonor Peruzzo.

OPINIÕES

- Supermercado Bela Vista - O proprietário, Vicente Stangherlin, disse concordar com a decisão e que participou das reuniões, votando a favor do fechamento

- Rede Vivo -  A assessoria de marketing informou que a empresa não comenta o assunto e que um representante participou das reuniões

- Grupo Carrefour (Carrefour e Atacadão) - "O Carrefour informa que cumpre integralmente a legislação vigente em todas as suas unidades, o que inclui a localizada em Santa Maria. Com relação a abertura do comércio aos domingos, a companhia acredita que a possibilidade gera mais opções de compras aos consumidores, sendo benéfica para a população e também para a economia local", disse a nota oficial enviada pela assessoria

- Walmart (Maxxi Atacado, BIG e Nacional) - "O Walmart Brasil cumpre a legislação em todas as localidades em que opera e entende que a abertura do varejo aos domingos é benéfica para a economia local de qualquer cidade, além de atender as necessidades dos consumidores. A empresa contribui para o fortalecimento da economia da região com suas lojas BIG, Nacional e Maxxi Atacado de Santa Maria", disse a nota oficial enviada pela assessoria

- Supermercados Peruzzo - "A decisão foi ao encontro do que já ocorria na cidade, de abrir os mercados apenas uma vez por mês. Fomos com os empregados, que não têm interesse em trabalhar aos domingos. Assim optamos pelo fechamento nesses dias", disse o presidente do grupo Peruzzo, Lindonor Peruzzo, informando que um diretor da empresa participou das reuniõ"