Quem costuma ir às compras com frequência sabe, na ponta do lápis, quais são os produtos que mais sofrem variação de preço de um mês para o outro. Dentre os itens de uso diário, o xampú e o sabonete foram os que mais apresentaram aumento nos últimos 12 meses, conforme o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), calculado pelo curso de Economia da Unifra. O xampú ficou 24,1% mais caro, e o sabonete, 17,5%.

A alta foi notada pela dona de casa Neli dos Santos Machado (na foto), 60 anos.
– Realmente, o xampú e o condicionador subiram bastante. Mas a gente não pode deixar de comprar. O jeito é pesquisar o lugar onde é mais barato. Chego a comprar em três mercados diferentes toda a semana – revela a dona de casa, que mora no bairro Passo das Tropas.
Quem costuma comprar artigos de maquiagem ou guardanapos e lenços de papel com frequência também sentiu o reajuste bolso. No comparativo dos últimos 12 meses, a variação do primeiro item citado foi de mais de 45%, seguido do segundo, com 43%. O aumento é confirmado por quem atua no setor. A maquiadora e estudante de Estética e Cosmética Annelise Posser Ineu, 23 anos, aponta quais são esses itens.
– Os produtos para pele, como pó, base e corretivo, foram os que tiveram um reajuste considerável. Infelizmente, é uma diferença que temos que agregar no valor da maquiagem – comenta ela.
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O que menos apresentou alta foi o creme dental, com apenas 6,6% de variação. Apenas três produtos sinalizaram queda: o papel higiênico, - 30,4%; remédios para pressão, - 4,7%; e medicamentos estimulantes, -3,3%.

Remédios anti-inflamatórios e antirreumáticos, assim como os indicados para diabetes, também engrossaram a conta, apontando reajustes de até 37,5%. Segundo o gerente de uma distribuidora de medicamentos da cidade, Fernando Durlo, a chamada suba programada, autorizada pelo governo sempre no mês de abril, deve ter influenciado nos números.
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Todos esses itens puxaram a suba do grupo Saúde e Cuidados Pessoais do ICVSM do mês de maio, que apontou uma variação de mais de 12% sobre o mês anterior. Apesar disso, no geral, a variação do índice ante abril foi de - 0,28%.
Imposto é o vilão
De acordo com o professor do curso de Economia da UFSM, Adriano José Pereira, o possível responsável pelo reajuste são os impostos.
– Uma possível/provável explicação é que o governo aumentou as alíquotas de imposto dos cosméticos desde maio deste ano, tanto para produção, quanto para o atacado, o que reflete no varejo (consumo). Situação que deve contribuir para a queda das vendas e, por conseguinte, levar a uma futura estabilização dos preços dos cosméticos, ainda que em um patamar um pouco mais elevado do que antes da suba dos impostos – analisa Pereira.