Para ser mais atrativo

Concursos para o magistério serão municipalizados

Marcelo Martins

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A "municipalização" dos futuros concursos públicos para o magistério estadual está nos planos do titular da Secretaria Estadual de Educação, Vieira da Cunha. O secretário revelou ao "Diário" que a intenção é municipalizar. Ou seja, abrir vagas voltadas para um determinado município e não por região de abrangência de cada coordenadoria de educação.

A novidade tem o objetivo de reduzir ou, até mesmo, eliminar as desistências daqueles que são aprovados, mas que acabam não assumindo a vaga. Mesmo frente a um cenário de crise financeira, Vieira da Cunha deu uma missão às coordenadorias regionais de educação: realizar um levantamento da falta de professores. A tarefa também está sendo executada pela 8ª CRE, que abrange Santa Maria e mais 22 municípios.

_ Então, a nossa ideia é municipalizar o próximo concurso. Ou seja, abrir vagas naquele determinado município. E, com isso, o candidato vai se inscrever para lecionar na rede estadual daquele município. Vamos diminuir e, até mesmo, eliminar as desistências que são muitas _ avalia Vieira da Cunha.

O secretário explica que cada uma das 30 coordenadorias (CREs) vai estudar a sua realidade e, após, informar as carências e prioridades à pasta. Depois do diagnóstico, será conhecido o número de vagas a ser ofertado.

Mesmo em meio a um cenário de cortes e de recessão financeira, o secretário destaca que há necessidade de um novo concurso. Ele explica que o atual banco de concursados está deficitário. Segundo Vieira dos 4,9 mil professores que aguardam chamada, 3,8 mil deles se enquadram nas chamadas Séries Iniciais.

Nomeação ou nova seleção

No último dia 12, Vieira da Cunha anunciou a aplicação de R$ 133,8 milhões em investimentos na área da educação. Dentro de um quadro, que ele considerou "realista", a ideia do secretário é viabilizar reformas em escolas e a compra de netbooks.

No final de maio, Vieira sinalizou a intenção de nomear os aprovados no concurso de 2013. Se a nomeação não ocorrer até o mês de outubro, quando expira o prazo da chamada, o secretário diz que pedirá a prorrogação do certame.

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista do secretário ao "Diário".

Diário de Santa Maria - Frente à grave crise financeira do Estado o que se pode projetar, de concreto, para a educação gaúcha? Como ficam as demandas do pagamento do piso do magistério e possíveis novos concursos públicos para a contratação de professores?

Vieira da Cunha - O governador José Ivo Sartori tem tido sensibilidade para tratar do tema da educação e dando a prioridade que esse tema merece. Tanto é assim que (a educação) foi a única área autorizada, excepcionalmente, a chamar servidores concursados para preencher as suas lacunas. Recentemente, já fechamos um rodada de professores aprovados, que foram 540, e já pedi a nomeação de mais 258 professores. Não queremos que esses importantes e valorosos profissionais faltem nas aulas de nossas crianças e jovens. E, para a próxima semana, vamos criar uma comissão para tratar do próximo concurso do magistério. Tudo isso para que tenhamos profissionais qualificados dando aula com qualidade aos alunos. Só assim alcançaremos o tão almejado patamar de qualidade na área da educação. Por isso, que a questão do piso do magistério também é muito importante. Não estamos conforme o patamar remuneratório que o nosso professor deveria estar. Entendemos que valorizar o magistério é importante e vital para que possamos selecionar na sociedade os melhores profissionais por meio de concurso público. A carreira tem que ser atrativa. Infelizmente hoje não há um bom padrão remuneratório. A questão do piso é um desafio e não só para o Rio Grande do Sul. Muitos estados não conseguem pagar o piso. Por quê? Porque muitos estados enfrentam dificuldades financeiras graves, como é o nosso caso. Temos um déficit mensal de R$ 400 milhões de reais e sequer o pagamento"

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