Ter o nome sujo na praça limita crédito em instituições financeiras e impede a realização de novas compras a prazo. Em Santa Maria, parece que o consumidor está mais cauteloso quanto ao endividamento, o que pode implicar em restrição de crédito.
Prova disso são os dados divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que apontam uma queda 17,8% no número de inclusões de novos devedores do comércio à lista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 12.026 inclusões em 2017 ante as 14.630 de 2016. Ou seja, uma diferença de 2.604 nomes a menos.
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No comparativo mês a mês, só janeiro deste ano apresentou alta quando confrontado com janeiro do ano passado. Os demais meses de 2017 tiveram números menores do que em 2016 (veja quadro abaixo).
Para a presidente da entidade, Marli Rigo, é difícil apontar exatamente um fator que tenha ocasionado esta queda.
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– Ou o consumidor está cauteloso e comprando menos, o que não é bom para o comércio, ou está realizando suas compras à vista, sem usufruir de sistemas de crédito ou parcelamentos – define Marli.
Para o economista e professor da Ulbra, Gilfredo Castagna, o consumidor está mais racional antes de fazer uma nova dívida.
– O consumo e o investimento são feitos a partir de expectativas de mercado. E, devido a cenários econômicos desfavoráveis e até influenciado pela política instável, o consumidor está com esta expectativa abalada. Ou seja, deixando de gastar ou diminuindo as despesas – destaca o economista.
NA PREFEITURA
Dentre os registros, os dados que chamam a atenção são os pessoas inadimplentes com o município. Ou seja, de pessoas que foram incluídas no SCPC por dívidas de impostos e taxas com a prefeitura. Apesar de uma queda de quase 63% na comparação dos seis primeiros meses do ano passado com o mesmo período de 2017, os números surpreendem.
Foram 65.151 registros de devedores em 2016 contra 24.288 este ano. No ano passado, o salto no mês de março, de mais de 50 mil inclusões, ocorreu pelo número de pessoas com débito de IPTU.
Neste ano, o número mais expressivo ocorreu em março, quando quase 12 mil contribuintes passaram a fazer parte do banco de dados do SCPC e ficaram com o nome sujo. Conforme o secretário de município de Finanças, Jean-Pier de Vasconcellos Esquia, estes números são referentes a dívidas por IPTU ou outras taxas municipais.
– Este índice deve aumentar no segundo semestre agora, já que uma Lei aprovada junto a Câmara de Vereadores permite que o devedor tenha seu nome incluído no SCPC no mesmo ano fiscal. Ou seja, nos próximos dias, aquele contribuinte que estiver dívida em atraso a partir de dois meses, já irá constar na lista de inadimplentes. É uma forma de a prefeitura reduzir perdas e buscar retorno de receita o mais rápido possível – diz Esquia.
